A Nissan foi alvo de um curioso protesto de centrais sindicais brasileiras na quinta-feira, 18. Não foi na porta de sua fábrica em Resende, RJ, tampouco em sua sede no centro do Rio de Janeiro: os trabalhadores se reuniram na frente ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, competição da qual a montadora é uma das principais patrocinadoras.
Também não se relacionava às atividades da Nissan no Brasil. O protesto, na verdade, foi contra as atitudes da Nissan em Canton, no estado do Mississipi, nos Estados Unidos, onde os metalúrgicos alegam sofrer uma agressiva e sistemática campanha antissindical e são impedidos de se organizar em sindicatos.
Segundo o UAW, central sindical dos trabalhadores estadunidenses, a fábrica de Canton tem 6 mil trabalhadores, dos quais metades são terceirizados e temporários com salários inferiores e sem garantias trabalhistas. Como são impedidos de se organizar em sindicato, não conseguem reivindicar melhores salários, segurança e saúde no trabalho, dentro outros direitos. O UAW alega que a Nissan intimida os trabalhadores com ameaças de fechamento de fábrica.
Como é patrocinadora do Rio 2016 a Nissan deve seguir o Guia da Cadeia de Suprimentos Sustentáveis dos Jogos Olímpicos e, segundo os sindicatos, essa atitude em Canton fere o Código Básico da Iniciativa Ética Comercial desse guia. Por isso o protesto em frente ao Comitê.
O embaixador Agemar Sanctos, diretor de relações institucionais do Comitê, recebeu uma carta-denúncia contra a Nissan. Os trabalhadores pedem uma ação corretiva imediata da montadora em Canton, ou que perca o status de patrocinador oficial da competição.
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