Uma nova linha de colheitadeiras de grãos começou a ser produzida pela Case IH Agriculture na fábrica de Sorocaba, SP. Mais moderna e eficiente, a Axial Flow Série 130 é a grande aposta da marca no mercado brasileiro e latino-americano para os próximos anos – porque, no curto prazo, as perspectivas não são muito animadoras.
O segmento de colheitadeiras de grãos somou 4,5 mil unidades no Brasil no ano passado, já em queda com relação a 2014, quando foram comercializadas cerca de 5,5 mil unidades. “Projetamos para este ano uma queda de 10% a 15% nas vendas deste segmento”, afirmou Mirco Romagnoli, vice-presidente da Case IH América Latina. “Mas a nossa meta é alcançar 20% de participação, elevando a fatia de 18% conquistada no ano passado”.
A Case IH espera, pelo menos, vender de 750 a 800 unidades em 2016, em linha com o resultado do ano passado. Volume apenas satisfatório para quem, há quatro anos e meio, decidiu investir US$ 40 milhões no desenvolvimento da nova linha – o maior aporte feito pela companhia em sua história no País.
É verdade que a fábrica de Sorocaba atende também outros países da América Latina, sobretudo Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Mas, tirando o primeiro, todos estão em queda: segundo Romagnoli, o segmento caiu 30% no ano passado na Bolívia, 60% no Paraguai e 90% no Uruguai.
“Na Argentina esperamos que o mercado avance de 10% a 15% neste ano, mas o volume é baixo: não chega a 1 mil colheitadeiras no total. E lá temos produção local”.
Sorocaba opera, portanto, com alta ociosidade. Tem capacidade total para entregar 20 máquinas por dia e atualmente trabalha no ritmo de 5 unidades diárias, em um turno. Os executivos esperam que a demanda pelas novas colheitadeiras dê mais fôlego à produção. “Desenvolvemos um modelo mais produtivo e com custo operacional mais baixo”.
A Série 130 é composta por quatro máquinas: 4130, 5130, 6130 e 7130. As duas primeiras são movimentadas pelo motor FPT NEF 6, enquanto as duas últimas trazem o motor FPT Cursor 9, ambos eletrônicos e aptos a atender a nova legislação de emissões para máquinas agrícolas e rodoviárias que entrará em vigor no ano que vem. Segundo a Case IH, as colheitadeiras alcançam até o dobro de reserva de potência dos modelos atuais do mercado – o que significa resposta mais rápida para potência e torque, mantendo a velocidade de colheita, de rotação industrial e do processamento de grãos, mesmo em condições difíceis.
Força de vendas – Para atrair os clientes e mostrar que vale a pena investir em máquinas com preços que variam de R$ 600 mil a R$ 950 mil, a Case IH montou um espaço dentro de sua fábrica, onde procura apresentar aos potenciais interessados todos os atributos e vantagens com relação à concorrência. “É como se fosse uma apresentação de powerpoint fora da tela”.
Com peças reais e vídeos didáticos, a equipe comercial quer usar argumentos racionais, como o fato de as máquinas Série 130 serem até 10% mais produtivas e consumirem 11% menos combustível.
Os executivos têm a certeza de que os clientes estão capitalizados e a expectativa de safra brasileira para este ano é, mais uma vez, recorde. O problema é convencê-los a investir no cenário negativo da economia. Um argumento é bem forte: a própria Case IH fez essa aposta.
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