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Segurança
21/11/2017

Renault convoca proprietários do Kwid

Imagem ilustrativa da notícia: Renault convoca proprietários do Kwid
Foto Jornalista  Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

Menos de uma semana após apresentar resultados positivos em testes de segurança do LatinNCAP pelo modelo Kwid a Renault informou, na terça-feira, 21, que convocará proprietários de 21 mil 802 unidades Kwid no País por problemas na mangueira de combustível e no sistema de freios, este último, especificamente, tema de reclamações recorrentes de clientes. O Kwid foi lançado em agosto.

 

É um episódio importante na breve carreira do veículo porque foi apontado pela Renault como seu carro-chefe no mercado da América Latina, sendo fruto de um ciclo de investimento de R$ 500 milhões. Conforme informou Antônio Fleischmann, diretor de projetos da Renault, em agosto, segurança foi um dos pilares que sustentaram o desenvolvimento do carro aqui. 

 

O recall ocorre justamente no concorrido segmento de compactos leves, cujo desempenho comercial é visto como positivo. Dados da Fenabrave apontam que de agosto, quando entrou no mercado, até outubro, foram emplacadas 17 mil 528 unidades, com destaque para as vendas de setembro, quando foi emplacado o maior volume até agora, 10 mil 358 unidades. Esses números levaram especialistas a projetar, para 2018, um desempenho de vendas que pode torná-la a quinta maior fabricante do País, superando Ford e Toyota.

 

A expectativa era grande também por parte de Olivier Murguet, presidente para a América Latina, à época do lançamento: “Devemos chegar a 8% de participação de mercado nos próximos meses e, com o Kwid, a expectativa é a de que passaremos esse porcentual”.

 

O problema nos freios já vinha sendo notado por clientes. No site Reclame Aqui, canal que estabelece contato dos consumidores descontentes com as empresas, constam queixas de clientes a respeito. O problema, aliás, foi o responsável por parte das desistências de compra do veículo no período de pré-venda, segundo fontes ouvidas por AutoData: 10,3 mil unidades foram vendidas nos três meses que antecederam o lançamento oficial.

 

Segundo a reportagem apurou com a rede de concessionários Renault tecnicamente o problema apresentado – trincas no sistema de freio – acontece por causa do superaquecimento dos discos – e a correção já foi feita pela fabricante na fonte. O material dos componentes presentes nas unidades vendidas até aqui tinham uma dureza que não suportava o esforço em condições de giro alto.

 

Os veículos que foram chamados pelo recall terão os discos trocados por outros de maior dureza, além de elementos de fixação e rolamentos. Não se sabe se o problema foi um erro de projeto ou algum equívoco no controle de qualidade junto ao fornecedor do componente.

 

A empresa informou por meio de comunicado que bancará os custos da campanha de recall que envolver os reparos nos freios e na mangueira de combustível, e que o procedimento demora em torno de 1 hora. Para o cliente pessoa física o tempo pode não representar grandes problemas, mas para as empresas que contam com o modelo em sua frota poderá causar algum transtorno, como é o caso das locadoras, nas quais o Kwid tem grande penetração e que são as responsáveis por boa parte das vendas diretas do modelo nesses três meses.

 

A Unidas, uma das parceiras da Renault no segmento e que anunciou, em novembro, a compra de 1 mil 250 Kwid, informou que possui rigoroso controle de recall, que seguirá as orientações da montadora e que ainda não registrou ocorrências em sua frota.

 

A campanha convocada pela fabricante envolve também outros modelos que possuem participação importante no segmento de locação, como o sedã Logan, o hatch Sandero e o SUV de entrada Duster, “por problemas na mangueira de direção de baixa pressão da direção hidráulica”. A picape Oroch também integra esse grupo, que totaliza mais 13 mil 26 unidades.

 

Foto: Divulgação.