AutoData - Jeep Compass: um carro para não dirigir.
Tecnologia
09/10/2018

Jeep Compass: um carro para não dirigir.

Imagem ilustrativa da notícia: Jeep Compass: um carro para não dirigir.
Foto Jornalista  André Barros

André Barros

Goiana, PE – A FCA acredita que, independente da matriz energética escolhida, seja diesel, etanol, gasolina ou elétrica, todas as regiões do mundo adotarão, no futuro, tecnologias autônomas de direção nos automóveis. É com base nessa convicção que, aos poucos, a companhia pretende popularizar sistemas de assistência à condução no Brasil: o primeiro passo foi dado com o Jeep Compass, o mais autônomo dos SUVs produzidos por aqui.

 

Na linha 2019, que começa a chegar à rede de concessionárias nos próximos dias, o pacote com tecnologias autônomas teve seu preço reduzido: caiu de R$ 11 mil para R$ 7,7 mil na motorização flex e para R$ 8,7 mil nas diesel. Disponível nos catálogos Limited e Trailhawk, o pacote responde, atualmente, por 35% das vendas dessas versões, segundo Flavia Campelo, especialista de marketing da Jeep:

 

“Ao tornar a tecnologia mais acessível queremos chegar a 50% do mix das duas versões”.

 

O Jeep Compass tem nível de autonomia 1, o máximo permitido pelo Código de Trânsito Brasileiro, que ainda exige do condutor a manutenção das duas mãos no volante enquanto o veículo roda. O modelo traz frenagem de emergência, controle de velocidade adaptativo, aviso de mudança de faixa, assistente de baliza e estacionamento, monitor de ponto cego e sistema automático de controle de farol. Ou seja: o carro acelera, freia, estaciona e se mantém na faixa sozinho, mas ainda depende do motorista para fazer curvas.

 

O sistema é formado por doze sensores ultrassônicos, um radar e uma câmara frontal e dois radares e uma câmara traseira, todos fornecidos pela Bosch – e importados, de fábricas do México e da Europa.

 

Segundo Alexandre Pagotto, gerente de marketing para sistemas de direção autônoma da Bosch, a empresa está pronta para atender a níveis superiores de autonomia: “Existe um grupo de estudos para veículos autônomos, formado por gente da Anfavea, Sindipeças, AEA e outras associações para discutir como evoluir na legislação. A primeira reunião deve ocorrer em novembro. O governo está atento a essa discussão”.

 

Enquanto isso o consumidor que desejar modelos autônomos tem como opção apenas as tecnologias do nível 1, aplicadas no Compass, e precisará desembolsar pelo menos R$ 150 mil, o preço da versão Limited Flex com o pacote autônomo.

 

O Compass é o SUV mais vendido do mercado brasileiro – de janeiro a setembro foram 44,4 mil unidades licenciadas, deixando o modelo na décima posição do ranking geral. As versões Limited e Trailhawk representam 30% das vendas.

 

Impressões ao volante – A reportagem da Agência AutoData teve a oportunidade de não dirigir o Jeep Compass com tecnologias autônomas no recém-inaugurado campo de provas da FCA no Complexo de Goiana.

 

A condução em piloto automático manteve velocidade máxima de 75 km/h, em comboio. O modelo foi aprovado em todos os testes feitos pelo apreensivo editor, que considerou pisar no freio nas provas de frenagem – o que seria inútil, pois o sistema realmente funcionou. Bastou pisar no acelerador para que a autonomia prosseguisse.

 

A construção do campo de provas fazia parte do projeto original da fábrica, mas só foi concluída nos primeiros meses do ano. São 10 quilômetros de pista usados para testar modelos de todas as marcas do grupo – recentemente veículos RAM passaram por lá.

 

As condições do trajeto são monitoradas em tempo real pela equipe de engenheiros: velocidade do vento, temperatura, índice pluvial etc. Segundo o gerente de engenharia de experimentação, Robson Cotta, “as tecnologias usadas no campo de provas são equivalentes às disponíveis em outras pistas do grupo no mundo”.

 

Foto: Divulgação.