São Paulo – A Volkswagen informou aos sindicatos que representam os trabalhadores das quatro fábricas onde mantém produção no Brasil que precisa reduzir em 35% seu efetivo local, corte que incluirá mensalistas, horistas indiretos e diretos e pessoal administrativo. A informação foi publicada pelo portal AutoIndústria e confirmada pela reportagem da Agência AutoData com representantes sindicais.
Segundo uma fonte os executivos e os dirigentes sindicais estão reunidos desde a segunda-feira, 17, mas a discussão se intensificou na terça-feira, 18: “A reunião acabou tarde da noite. O corte envolve todo mundo, não apenas produção”.
Comunicado divulgado por um dos sindicatos a trabalhadores da Volkswagen, e ao qual a reportagem teve acesso, informou que o corte de 35% é médio, e não linear para as quatro fábricas – São Bernardo do Campo, São Carlos e Taubaté, SP, e São José dos Pinhais, PR. A Volkswagen mantém mais de 15 mil trabalhadores no Brasil e negocia, também, outros mecanismos, como flexibilização de jornada, corte dos reajustes de salários, redução de PLR e alterações em direitos e benefícios, como alimentação, transporte e planos médicos.
Procurada pela reportagem a Volkswagen, em nota, não cita as demissões e nem fala em porcentual mas confirma estar negociando e avaliando com os sindicatos das quatro fábricas “conjunto de medidas de flexibilização e revisão dos Acordos Coletivos vigentes para adequação ao nível atual de produção, com foto na sustentabilidade de suas operações no cenário econômico atual, muito impactado pela pandemia do novo coronavírus”.
No comunicado a empresa cita as projeções da Anfavea de queda de 45% na produção de veículos em 2020 e a recuperação do mercado brasileiro, 40% menor comparado com 2019 segundo as estimativas da entidade, apenas em 2025.
Aos trabalhadores os sindicatos avisaram que a postura, por enquanto, é de debate das propostas: “Teremos mais reuniões nas próximas semanas e assim que houver mais informações compartilharemos”. Em nota à imprensa o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC adotou o mesmo discurso.
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