São Paulo — A pandemia represou os pedidos de novos veículos das locadoras junto às montadoras de junho a agosto, período de início da retomada da paralisação das linhas de montagem. Estimativa da Abla aponta para um volume de 60 mil veículos na fila de espera de produção, requisitados para, segundo a associação que representa as locadoras de automóveis, atender à demanda crescente no negócio de terceirização de frotas de empresas.
Paulo Miguel Júnior, presidente da Abla, afirmou que a necessidade de as fabricantes pararem as linhas por causa da pandemia gerou reflexo nas entregas dos pedidos das locadoras. "Eles deverão se normalizar, segundo as montadoras, em setembro ou outubro".
A terceirizaçao de frotas é um dos três pontos básicos que alicerçam o negócio das locadoras, junto com a locação e a venda de seminovos. A partir de março, quando se intensificaram os efeitos da crise na economia, as locadoras tiveram de fechar pontos de vendas para cumprir os protocolos de segurança sanitária e a medida derrubou os números das empresas. Com a retomada das atividades, disse o presidente da Abla, as locadoras perceberam aumento dos pedidos no segmento da terceirização de frotas, uma tendência que costuma aparecer em tempos de crise:
"Neste momento de corte de custos as empresas recorrem à terceirização e ficam focadas naquilo que é considerado atividade-fim. De forma que se tornou mais viável abrir mão de frota própria e optar por gestão terceirizada por empresas do mercado. Houve também uma demanda motivada por renovação de contratos de clientes que já estavam nas carteiras das associadas".
Aplicativos. A Abla trabalha com a possibilidade de tendência de crescimento na locação de veículos para motoristas de aplicativos no segundo semestre. Segundo Miguel Júnior o volume de veículos locados para esse fim está em nível próximo àquele registrado antes da pandemia:
"Antes de março havia 200 mil veículos locados para motoristas e hoje temos 160 mil, com tendência de aumentar ainda mais. O desemprego culminou com a entrada de mais motoristas no mercado. Parte dos consumidores devem optar pelo veículo compartilhado em detrimento do transporte público. Esses dois fatores sustentam um cenário de alta na locação".
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