São Paulo – A Jac apostou quase todas as suas fichas no que, segundo seu presidente Sergio Habib, será seu principal negócio no Brasil no curto prazo: o segmento de veículos elétricos comerciais. Mira grandes empresas frotistas que precisam reduzir as emissões geradas por suas operações. Os dois primeiros veículos, o caminhão iEV 1200T e a picape iEV 330P foram apresentados na sexta-feira, 18.
Segundo Habib alguns fatores ajudarão no avanço das vendas: "As grandes empresas estão preocupadas em reduzir suas emissões e melhorar sua imagem com relação ao meio ambiente. Para isso precisarão investir em veículos elétricos para suas frotas. Outro ponto que nos ajudará é que só nós temos um caminhão e uma picape elétrica disponíveis para encomenda".
Parte das empresas que estão na mira da Jac já fazem parte da sua carteira de clientes, como Porto Seguro, Carrefour, Drogasil, Enel e CPFL, e outras que, segundo Habib, pediram para não ter o nome divulgado. Habib disse que já recebeu mais de cem encomendas do caminhão elétrico e, em alguns casos, os clientes não quiseram saber do custo maior de aquisição, só dos benefícios, por causa da necessidade global de reduzir as emissões:
"Grandes empresas compraram algumas unidades e, dependendo dos resultados, eletrificarão toda a sua frota. Também tivemos casos de companhias que testaram mas tiveram que adiar seus planos pela atual situação econômica".
Ele disse que a intenção é não ter estoque, mas importar as unidades que já estejam vendidas e pelas quais a Jac já recebeu um sinal. O prazo para entrega será é de cerca de quatro meses.
No caso da picape, que já tem 25 unidades vendidas, o público alvo é quase o mesmo – mas o plano de importação será um pouco diferente, porque em alguns casos os compradores não poderão esperar quatro meses: "Um exemplo é a cidade de Fernando de Noronha, que possui 180 picapes a diesel circulando para turismo, que serão proibidas até 2023 e que poderão ser substituídas pela nossa picape elétrica. Nesse caso, se as negociações avançarem, precisaremos ter algumas unidades para pronta entrega e, para isso, deveremos ter um pequeno estoque".
Com relação aos custos de aquisição dos veículos elétricos na comparação com seus principais concorrentes com motor a combustão interna, que são em torno de 70% maiores, Habib disse que o investimento se paga com 180 mil quilômetros rodados e na hora da revenda, quando o veículo elétrico terá um valor maior.
Para 2021 o presidente da Jac revelou uma ofensiva de veículos elétricos comerciais que já está programada: “Traremos mais dois caminhões elétricos, um com de 4,5 T e outro de 10 T, e um furgão elétrico".
Mesmo ampliando a gama Habib ainda vê espaço para trazer um veículo com motorização elétrica de 13 T, mas esse ainda precisa ser desenvolvido.
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