São Paulo — Acionistas fundadores da Localiza e da Unidas firmaram na noite da terça-feira, 22, um acordo de fusão que pode criar a maior empresa do setor de locação, gestão de frotas e venda de seminovos do País, com controle de 65% do mercado. O negócio ainda passará pelo crivo do Cade, que deverá dar um parecer a respeito em 2021.
Em apresentação feita ao mercado na manhã da quarta-feira, 23, as empresas mostraram o poderio que representam em termos financeiros. A receita conjunta, considerando o desempenho operacional de 2019, seria de R$ 14,8 bilhões. A frota consolidada seria de mais de 490 mil veículos, com valor de mercado que supera os R$ 50 bilhões.
O acordo foi anunciado após o fechamento das operações do dia na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, e gerou ânimo positivo nos acionistas, pois valorizou a cotação dos papeis de ambas as empresas no pregão da quarta-feira, 23. Segundo Eugênio Mattar, CEO da Localiza, o negócio se deu em função de sinergias observadas das empresas.
Em sua apresentação dados indicavam que o mercado de aluguéis de veículos ainda é pouco explorado e tem potencial de crescimento nos próximos anos na faixa de consumidores de 20 a 40 anos. Há pouca exploração, ainda segundo os dados, no ramo da gestão de frotas.
"São dois mercados muito pulverizados e com capacidade de expansão muito grandes", disse Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos. "Uma vez juntas as empresas reduzem os custos operacionais por meio do compartillhamento de estruturas e, com o tamanho que passam a ter, aumentam seu poder de barganha nas compras de veículos junto às montadoras."
Caso a transação seja concluída a estrutura societária será formada por 76,85% das ações com controle da Localiza e a fatia restante, 23,15%, na mãos dos atuais acionistas da Unidas. Ainda não se sabe se uma marca prevalecerá sobre a outra no mercado. De acordo com Komura "uma é muito forte no ramo de locação e a outra é forte no segmento de gestão de frotas. Pode ser que nenhuma saia do mercado".
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