Desde que a crise do coronavírus pegou o mundo de surpresa, a Ford tomou algumas decisões importantes e rápidas para o enfrentamento da pandemia. Entre outras ações, suspendeu a produção e passou a fabricar equipamentos de proteção individual em suas fábricas, doados para profissionais que atuam na linha de frente em atividades essenciais, além de ajudar no conserto de respiradores, sempre com a participação de empregados voluntários.
No mês de setembro, como faz há 15 anos, a empresa realizou o Mês Global do Voluntariado, que incentiva seus empregados em todo mundo a participar de iniciativas de apoio à comunidade. Este ano, tanto pelo aniversário como pela situação inédita, a comemoração teve um significado especial. Bill Ford, presidente do Conselho e bisneto do fundador Henry Ford, fez um agradecimento emocionado aos empregados que abraçaram essa causa com a empresa.
“Nossos empregados são o coração e a alma desta empresa. Sua energia, criatividade e dedicação em fazer a vida das pessoas melhor é o que torna a Ford realmente especial”, disse Bill Ford.
No evento virtual de comemoração em que foram homenageados 15 empregados voluntários de todo o mundo, inclusive do Brasil, o executivo lembrou as resistências que encontrou em 2005 para criar o Corpo de Voluntários da Ford, hoje com mais de 1,7 milhão de horas de serviços comunitários realizadas.
“Esta é realmente uma das coisas mais emocionantes que fiz em minha carreira na Ford. Olhando para trás, eu não tinha ideia de que iria durar 15 anos e fazer parte da nossa cultura, que eu prezo muito”, disse. “Usar os recursos, alcance mundial e talentos da Ford como uma força do bem, para mim não é só a coisa certa a fazer, mas realmente motivador.”
Entre os motivos que levaram à criação do Corpo de Voluntários, Bill Ford lembrou que, desde que estagiou na Ford antes de 1979, nas férias da universidade, viu que cada departamento tinha um grupo de voluntários fazendo ações como visitas a hospitais e limpeza de parques. E as listas de nomes para essas ações eram preenchidas rapidamente, com sobra.
Este ano, a epidemia mudou totalmente a rotina da empresa, com a maioria trabalhando em casa em vez do escritório. Essa situação mudou também a noção de voluntariado, que, como tudo que se faz hoje, é mais virtual. Mesmo com a redução das oportunidades de atuar presencialmente devido à Covid, a vontade dos empregados de ajudar continua grande. “É o que eu adoro nesta empresa: se você pedir ajuda aos empregados eles nunca negam e somos inundados de respostas surpreendentes”, diz Bill Ford.
As ações durante a pandemia ajudaram a elevar a posição da marca nas pesquisas de reputação. “Se ajuda a nossa empresa, ótimo. Mas não foi feito com essa intenção, seria ruim. Fizemos porque achamos que é a coisa certa, estávamos em condições de fazer e individualmente e coletivamente nos sentimos bem com isso”, destaca.
Ao ver o impacto que essas ações têm na vida das pessoas, ele diz ter dois pensamentos: primeiro, que é ótimo estar ajudando e, em segundo, que gostaria de fazer muito mais, porque muitas outras precisam de ajuda em todo o mundo. “Na minha carreira eu não lembro das reuniões de negócios, não lembro da maior parte das instalações ou mesmo dos produtos que fizemos, mas sempre lembro das pessoas cuja vida nós tocamos.”