São Paulo – Janeiro poderia ter um resultado melhor do que os 171 mil 153 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus licenciados, segundo dados que a Fenabrave divulgou na terça-feira, 2. Segundo o presidente Alarico Assumpção Júnior faltaram carros e caminhões nas concessionárias: “Já vínhamos acompanhando as dificuldades que as montadoras, de forma geral, estão enfrentando com relação ao fornecimento de peças e componentes. Este gargalo se intensificou em janeiro, diminuindo, ainda mais, a oferta de produtos”.
O volume comercializado em janeiro ficou 11,5% abaixo das 193,5 mil unidades licenciadas no primeiro mês do ano passado e foi 29,9% inferior ao do último mês de 2020, quando os emplacamentos somaram 244 mil unidades. O repique da pandemia da covid-19, que fez com que diversos prefeitos e governadores decretassem novas restrições – e, em alguns casos, até o fechamento – ao comércio colaborou para a queda nas vendas, de acordo com Assumpção Jr.
O presidente da Fenabrave voltou a reclamar, também, do aumento do ICMS no Estado de São Paulo: “A alíquota sobre veículos novos passou de 12% para 13,3%, e, para os veículos usados, o aumento foi de 207%, saltando de uma alíquota de 1,8% para 5,52%. Além disso, com a fase vermelha [do Plano São Paulo de combate ao coronavírus] no Estado, as concessionárias ficaram impedidas de funcionar para vendas no último fim de semana do mês. Se considerarmos que São Paulo responde por mais de 23% das vendas de veículos novos e por cerca de 40% das transações de usados no País, podemos ter a dimensão dos estragos que as medidas adotadas pelo governador João Doria estão fazendo, tanto para empresários como para a população em geral, que vai pagar mais pelos carros”.
As vendas do segmento de automóveis e comerciais leves caíram 11,7% na comparação anual e 30,2% na mensal, para 162,6 mil unidades. Assumpção Jr. lembrou que em janeiro há menos procura por carros por causa das férias e pelo aumento de gastos da família, com IPTU, IPVA e materiais escolares. Mas, em 2021, a falta de peças e componentes também influenciou o desempenho, na sua avaliação.
O mesmo para caminhões, pois o descompasso da indústria com o mercado, nesse segmento, já vem ocorrendo há mais tempo: “Observamos que a demanda se mantém aquecida, tanto pelos resultados das commodities quanto pela boa oferta de crédito para o segmento. Já se trabalha com a programação de entrega, de alguns modelos de caminhões, para junho”.
Foram emplacados 7 mil 262 caminhões em janeiro, 1,1% a mais do que no primeiro mês de 2020 e 24,7% a menos do que em dezembro.
O segmento de ônibus segue em dificuldades: 1 mil 324 emplacamentos no mês passado, queda de 38,7% com relação a igual mês de 2020. Com relação a dezembro o recuo foi de 14,6%.
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