São Paulo – O cenário negativo do setor de chassis de ônibus no primeiro bimestre não desanimou Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing ônibus da Mercedes-Benz. Apesar do recuo de 22% nas vendas ante igual período de 2020, quando o mercado ainda não sofria com os efeitos da pandemia da covid-19, o executivo enxerga no avanço da vacinação um grande impulsionador do mercado a partir de julho.
"Esperamos que até lá o Brasil já tenha vacinado cerca de 40% a 50% da população. Com isso acreditamos que o mercado interno tem potencial para chegar a 15 mil ou 16 mil unidades até dezembro, volume 13% maior que o do ano passado".
Barbosa não divulgou a projeção de vendas da companhia para o ano, mas disse que a expectativa é a de manter participação de mercado em torno de 50%. Nos últimos dez anos, a Mercedes-Benz conquistou de 45% a 55% das vendas anuais.
Sobre o impacto que a falta de insumos, a alta nos custos e as rupturas logísticas causaram nas linhas de produção ele observou que o setor sofre com a falta de itens, sendo pneus um dos principais, mas por causa dos volumes menores as dificuldades também foram reduzidas. Para Barbosa o aumento nos custos foi o principal problema nesse começo de ano.
O segmento Escolar foi o que ajudou a reduzir a queda nas vendas, com crescimento de 176% ante os dois primeiros meses de 2020, com 852 unidades comercializadas: "Esse é um fato novo: é a primeira vez que o Escolar representa o maior volume do bimestre. Isso é reflexo das compras governamentais".
Barbosa disse que esse segmento deverá ajudar ainda mais o setor ao longo do primeiro semestre com a sua demanda aquecida, porque ainda falta um grande volume da licitação aprovada em 2019, algo em torno de 3 mil unidades.
O de Fretamento somou 221 vendas, incremento de 26% na mesma base comparativa, puxado pela maior demanda de empresas ligadas ao agronegócio e à mineração, que estão utilizando apenas 50% da capacidade dos ônibus para manter o distanciamento social.
O de Urbano, que costumava representar os maiores volumes do mercado, caiu 64% até fevereiro, com 517 vendas, e a expectativa do diretor é de que esse segmento ainda sofra por mais algum tempo, porque a pandemia agravou a situação das empresas que operam as linhas.
No Rodoviário o recuo foi de 67%, com 107 unidades comercializadas, também impactado por causa da pandemia da covid-19. Mas para esse setor ainda há algumas saídas, como o uso de parte da frota para a operação de fretamento, ou até a venda de alguns veículos.
As vendas do segmento Micro caíram 15%, com 446 veículos vendidos.
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