São Paulo – Um novo reajuste no preço dos caminhões e ônibus vendidos no mercado brasileiro será definido nos próximos meses. O preço já subiu no primeiro bimestre mas, como os custos continuaram a crescer, uma nova correção será necessária, segundo Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas, marketing e pós-vendas da Volkswagen Caminhões e Ônibus.
Segundo o executivo a ruptura ocorrida em toda a cadeia global de fornecimento com a chegada da pandemia da covid-19 gerou grande pressão na indústria: "Essa alta é reflexo do aumento dos custos produtivos das montadoras. Não elevaremos os preços para ter margem maior, ao contrário: nossa margem está menor, porque estamos segurando esses aumentos. Mas chega o instante em que isso não é mais possível e teremos que repassá-los ao cliente final".
Alouche disse que esse não era o planejamento para o primeiro semestre, mas o incremento no preço dos componentes e das matérias-primas não deixa outra saída. Segundo ele os custos com plástico aumentaram 70%, com aço 60% e com pneus 50%, sem contar a alta no alumínio e de outros itens.
Esse movimento não está sendo puxado pela inflação ou qualquer outro índice de mercado, é uma alta nos preços praticados pelos fornecedores de toda a cadeia do setor, acredita o executivo, que vê as montadoras em um dilema:
"A questão é que não podemos mais aceitar os aumentos dos fornecedores, porque não será possível repassar tudo para o cliente final. Mas, se eu não pagar o que o fornecedor pede ele buscará negócios em outros setores industriais e eu ficarei sem a peça para produzir os veículos".
As montadoras também estão gastando mais com a logística de fornecimento, que aumentou o preço cobrado pelos fretes e ainda enfrenta dificuldades para realizar todas as entregas, porque faltam aviões para os fretes aéreos e contêineres ara as entregas marítimas.
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