São Paulo — A Movida registrou queda na sua receita líquida com a venda de veículos no primeiro trimestre. Segundo balanço divulgado na terça-feira, 27, a unidade de negócio rendeu R$ 274,5 milhões até março, 51% a menos do que o valor aferido em igual período no ano passado.
De acordo com o CEO Renato Franklin a receita menor é reflexo do planejamento da companhia, que trata de diminuir o ritmo da desmobilização dos seus ativos como forma de manter os veículos mais tempo em operação, pois o atraso das entregas por parte das montadoras impediu a Movida de girar o ativo na mesma velocidade de antes.
O lucro bruto, no entanto, foi 75% maior do que aquele verificado de janeiro a março do ano passado, somando R$ 60 milhões, possíveis, segundo o executivo, por meio da redução do custo operacional da unidade negócio.
Dessa forma a empresa vendeu no trimestre um total de 5,3 mil veículos, volume que representou queda de 62% ante o volume vendido, ou desmobilizado, em igual período no ano passado. Menos unidades vendidas promoveram preço médio maior no período por unidade comercializada: o tíquete médio saltou de R$ 40,1 mil para R$ 51,8 mil.
"O desempenho no primeiro trimestre ficou muito abaixo, mas vamos retomar as vendas no mesmo ritmo do varejo no segundo. Não é um número normal por causa do atraso das entregas das montadoras", disse o executivo em teleconferência realizada na quarta-feira, 28. "Houve reflexo da covid, mas foi menos do que no ano passado."
Houve adição de quase de 13 mil automóveis na frota durante o primeiro trimestre, resultando em uma expansão líquida de mais de mais de 6 mil carros, já incluído o volume herdado da aquisição da Vox. A frota total da Movida, hoje, é formada por 124 mil veículos.
A receita líquida com o aluguel de veículos chegou a R$ 365,1 milhões no trimestre, resultado 12,3% superior ao obtido no primeiro trimestre no ano passado. De acordo com Renato Franklin os clientes sentiram menos a pandemia neste trimestre do que no ano passado:
"No ano passado as pessoas de fato circularam menos e isso refletiu nessa unidade de negócios. Neste ano, por outro lado, a circulação é maior, com as pessoas alugando veículos para ir trabalhar na praia ou no campo, por exemplo".
Os dados do balanço mostram uma taxa de ocupação maior no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2020. Se no janeiro a março do ano passado a taxa foi de 75,2% neste ano chegou a 79,3%. O número de diárias, na mesma base de comparação, saltou de 4,4 mil para 5 mil diárias contratadas.
O lucro bruto com o aluguel de veículos cresceu 49% na comparação dos primeiros trimestres, somando R$ 233 milhões.
Já o desempenho da unidade de gestão de frotas, em termos de receita líquida, foi 30,6% melhor no primeiro trimestre ante o primeiro trimestre do ano passado, somando R$ 126,6 milhões. O lucro bruto aumentou 72% na mesma base de comparação, somando R$ 106 milhões.
Neste caso, citou o CEO da Movida, houve aumento do deslocamento de profissionais por via terrestre em trechos que, antes, tinha como o avião o principal meio de transporte: "As empresas estão promovendo deslocamentos maiores durante a pandemia de seus funcionários em função do custo na comparação com outros modais".
A receita líquida consolidada foi de R$ 805 milhões no primeiro trimestre, queda de 20,5% ante igual período no ano passado. O lucro líquido da companhia foi de R$ 110 milhões, um recorde para o período na série histórica.
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