Expectativa de Felipe Daemon, chefe da marca, é ampliar os volumes que já estão em crescimento
Indaiatuba, SP – Em mais um passo visível das sinergias obtidas a partir da fusão que criou a Stellantis o Peugeot 208, produzido em El Palomar, na Argentina, passa a ser oferecido aos consumidores brasileiros com opção de motor 1.0 Firefly, que é fabricado em Betim, MG. Ganham todos: fornecedores, com o acréscimo do volume do motor e do veículo, o consumidor, com uma versão mais barata do bonito 208, e a Peugeot, que passa a atacar uma faixa maior de mercado dos B hatch, que deixaram de ser os mais vendidos no mercado local mas continuam com sua relevância.
Felipe Daemon, chefe da Peugeot na América do Sul, mostrou qual o tamanho do mercado que o 208 passou a competir: “Com as versões 1.6 cobríamos apenas 28% do segmento, em torno de 85 mil a 110 mil unidades por ano. Acrescentamos 60 pontos porcentuais a essa cobertura, que passou a 88% da faixa dos hatches B. É perspectiva de crescimento, de muito volume adicional”.
Só ficaram de fora os 1.0 turbo, que representam os 12% restantes. Ao menos por ora: há planos, desenvolvimento, mas não há prazos nem confirmações, para que o 208 ataque 100% da faixa de mercado.
Daemon não falou em números, mas analisando o desempenho do 208 nos primeiros quatro meses do ano é possível imaginar em bom incremento de volume. As vendas somaram 7,9 mil unidades, um avanço de 155% sobre janeiro a abril de 2021.
O 208, porém, segue seu planejamento de ser um degrau acima de seus concorrentes. Não vai, portanto, atacar a base do mercado: busca o consumidor mais exigente, disposto a pagar R$ 72 mil 990 em um hatch 1.0 aspirado, com câmbio manual, mas com boa oferta de equipamentos.
Traz de série, por exemplo, desde a versão Like a central multimídia com tela de 10 polegadas e conexão sem fio com Apple CarPlay e Android Auto, luz diurna DRL no formato dente de sabre, o volante reduzido, computador de bordo e outros itens. Na versão Style, considerada pela Peugeot a mais completa dentre os 1.0 à venda, ainda há teto panorâmico, carregamento de smartphone por indução e rodas em 16 polegadas, por R$ 79 mil 990.
O motor – O Firefly 1.0 desenvolve no 208 até 75 cv quando abastecido com etanol. Apesar de ser o mesmo em essência que equipa modelos Fiat como o Mobi e o Argo, trouxe algumas alterações para ser aplicado na CMP, a plataforma modular da PSA que foi herdada pela Stellantis: são novos o alternador, starter, conversor, sonda lambda, tensionador e correia dentada, por exemplo. São desenvolvimentos novos, pela equipe local de engenharia da companhia, os sistemas de escape, sistemas de refrigeração, chicotes, sistemas de admissão e suspensão do motor. Todo em alumínio, recebeu nota A no Inmetro.
A transmissão é a C513 Stellantis, a manual dos modelos Fiat, também produzida em Betim.
As sinergias FCA-PSA seguirão surgindo, agora em mais velocidade e em outras marcas do grupo. Daemon disse que o sistema multimídia deve ser um dos próximos a oferecer benefícios da fusão: o atual do 208 ainda é PSA, mas em breve um novo, trazendo que há de melhor do UConnect e do sistema presente no Peugeot, deverá equipar os modelos das marcas Stellantis.
Preços: Like 1.0 MT – R$ 72 mil 990 Style 1.0 MT – R$ 79 mil 990 Active 1.6 AT – R$ 94 mil 990 Allure 1.6 AT – R$ 99 mil 990 Griffe 1.6 AT – R$ 109 mil 990 e208 GT – R$ 241 mil 990