São Paulo — O segmento pesado tem cenários e opiniões diferentes para o segundo semestre do ano: em ônibus a expectativa é de cenário melhor, possibilitando atingir as projeções iniciais divulgadas pela Anfavea para 2022, mas em caminhões algumas empresas já divergem sobre as estimativas sobre o fechamento do mercado.
Jorge Carrer, diretor de vendas de ônibus da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Sílvio Munhoz, diretor de soluções da Scania no Brasil, Jefferson Ferrarez, diretor de vendas e marketing caminhões da Mercedes-Benz, e George Carloto, diretor da Iveco, debateram o assunto durante o segundo dia do Seminário AutoData Revisão das Perspectivas.
No setor de caminhões Munhoz, da Scania, demonstrou mais otimismo com a recuperação da capacidade produtiva no segundo semestre, aumentando a possibilidade de atendimento da indústria: “Seguimos a projeção da Anfavea de alta de 10%, com o mercado melhorando no segundo semestre”.
George Carloto, diretor de vendas da Iveco, seguiu na linha mais otimista para o segundo semestre, também apostando nas projeções de alta da Anfavea: “Segmentos como agronegócio, mineração e varejo devem seguir aquecidos. Até junho nós conseguimos produzir sem nenhuma parada e isso nos permitiu o melhor volume de vendas da história no primeiro semestre, com alta de 40%”.
Ferrarez, da Mercedes-Benz demonstrou menos otimismo com a recuperação durante o segundo semestre: “Começamos o ano com expectativa de 140 mil caminhões no ano, mas não será possível, mesmo recuperando parte do que não foi vendido até junho. Acredito que um mercado de 130 a 135 mil unidades é mais realista”.
Jorge Carrer, diretor da VWCO, apresentou a visão da empresa sobre o setor de ônibus, que possui expectativas um pouco melhores para o segundo semestre, com demanda aquecida em todos os segmentos: “Acredito que o volume de vendas siga, pelo menos, como foi nos últimos dois meses, em torno de 1,4 mil unidades/mês. Dessa forma será possível chegar às 17 mil unidades projetadas pela Anfavea para o ano”.
O executivo considerou que esse volume, mesmo maior que 2021, ficará distante do ideal para o mercado brasileiro, que seria 20 mil emplacamentos por ano.
Os quatro executivos concordaram que a lista de desafios para o segundo semestre será grande, com alguns entraves persistindo e indo contra previsões iniciais de que estariam superados, caso dos entraves logísticos globais, gargalos na cadeia de fornecimento de semicondutores e pneus, alta no preço dos combustíveis, assim como da inflação e da taxa de juros.