São Paulo — Depois de atingir, de janeiro a maio, a maior produção de motocicletas desde 2015 o segmento de duas rodas tem perspectivas positivas para o segundo semestre, com possibilidades de o ritmo das linhas superar a projeção inicial da Abraciclo de alta de 7,9% sobre 2021. Marcos Fermanian, presidente da entidade, palestrou no terceiro dia do Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2022.
“Temos um segundo cenário mais otimista que projeta alta de 10% na produção, chegando a 1 milhão 320 mil unidades, mas as empresas associadas estão estudando como conseguir produzir mais por causa de todas as dificuldades na cadeia de fornecimento e logística”.
Fermanian também lembrou de outro problema, ainda maior que os gargalos de fornecimento: o distanciamento dentro das fábricas para evitar a contaminação por covid-19, norma que ainda é mantida. Se a produção conseguir superar todos os desafios o desempenho do varejo deverá ser maior, pois a demanda está aquecida, principalmente no segmento de baixa cilindrada.
A expectativa da Abraciclo é de 1 milhão 230 mil emplacamentos, alta de 6% na comparação com o ano passado, mas a Fenabrave, que representa os concessionários, divulgou projeção mais otimista de 1,3 milhão de unidades. Para Fermanian essa diferença é gerada por uma questão baseada em fatores um pouco diferentes e espera que esse volume seja batido até dezembro, “mas tudo dependerá da produção”.
O executivo também avançou sobre as perspectivas para os próximos anos, apostando em recuperações ano a ano, como tem acontecido desde 2018, até que a indústria retorne ao pico registrado em 2011, produzindo mais de 2 milhões de motocicletas por ano.