São Bernardo do Campo, SP – As mudanças inerentes ao Euro 6 e à tecnologia embarcada nos novos modelos de caminhões resultaram na descontinuidade do Mercedes-Benz Axor, como AutoData publicou. Na noite de quarta-feira, 19, foram apresentados dois substitutos, sendo o Actros para o segmento rodoviário e o Arocs para o fora de estrada, a fim de não perder mercado.
No caso do Actros, como se trata da família de veículos mais tecnológica da empresa, a saída foi criar versão mais simples e, portanto, mais econômica para atender segmento que ficará órfão do Axor. A cabine Space, fabricada em Juiz de Fora, MG, possui teto mais baixo e se candidata para aplicações de cegonha, para o segmento de bebidas e para logística.
Segundo o vice-presidente de marketing, vendas e pós-vendas de caminhões da Mercedes-Benz, Roberto Leoncini, o Actros cumprirá e agregará bastante, mas não é competitivo como o Axor: “Quanto ao preço ele tem mais tecnologia. E também entrega muito mais. Será nosso trabalho mostrar isso. Sabemos que tiramos um campeão de audiência do ar, mas a vida segue.”
Segundo o gerente sênior de marketing de produto caminhão, Marcos Andrade, “ao trazer a cabine mais baixa entendemos que terá bastante aceitação. Há uma fatia do extrapesado rodoviário de entrada que é significativa no mercado e esperamos que esse seja o público que entrará nela”.
Andrade disse que praticamente a metade do segmento 6×2 é atendida por perfil mais pragmático de cliente, em a preferência é por menor valor no preço ao custo total da operação.
Para tanto Leoncini pontuou que foi preciso abrir mão de algumas modernidades: “Colocamos o Actros em um spa para chegar nessa solução. Principalmente com tecnologia, pois ele tem painel analógico e não digital. Mas continuará entregando informação e segurança”.
Leoncini afirmou que não considera que esse tipo de aplicação trará pênalti porque, embora não tenha um painel touch screen nem facilidades oferecidas ao motorista que praticamente vive na cabine, esse não é o perfil desse cliente: “Esse caminhão fica no vai e volta, passa de três até quinze dias fora de casa”.
Andrade observou que o que ele considera mais importante é a eficiência de combustível, com diferença “gigante” com relação ao Axor “pois ele não tem cabine top mas entrega economia de diesel. Essa diferença de preço é o nosso desafio: mostrar que ele terá um custo inicial mais elevado mas que ao longo da vida ele se paga”.
Ao longo de dezessete anos o Axor teve quase 100 mil unidades comercializadas. A fábrica de São Bernardo do Campo, SP, continuará fabricando o modelo nas versões Euro 3 e Euro 5 para exportação.
Fora de estrada — A partir de janeiro a Mercedes-Benz produzirá o Arocs 6×4, caminhão que trará novas versões e modelos que atenderão cabines basculantes, plataforma e cavalo mecânico.
“Nosso cliente do off road ganhará mais versões”, contou Leoncini. “Além do 8×4 teremos o 6×4 para operações de mineração, construção civil e infraestrutura de obras. Mas a grande novidade é a possibilidade de atuação no agronegócio no transporte de cana de açúcar e madeira”.
Ele assegurou que a cabine traz mais conforto do que a do Axor 3244, grande campeão de vendas. Sem contar que os bancos, antes importados, foram nacionalizados.