São Paulo – Uma das projeções mais otimistas manifestadas durante o Congresso AutoData Perspectivas 2023, que se encerrou na sexta-feira, 28, foi da Renault: o presidente Ricardo Gondo falou em alta de 5% a 10% nas vendas, somando 2,1 milhões de veículos leves. Na sua visão a Selic deverá baixar até 10,75%, o que deve resgatar aqueles consumidores dependente dos financiamentos, mas o vigor virá mesmo das vendas diretas.
“Nos últimos anos o balanço estava em 42% a 45% para as vendas diretas, porcentual que subiu para 49% neste ano. Acredito que em 2023 ficará meio a meio, porque há muita demanda dos frotistas.”
Neste ano o atendimento às locadoras, especialmente, foi prejudicado por causa da crise de abastecimento. Segundo Gondo a expectativa é que a situação melhore em 2023, embora ele ainda não acredite em uma resolução completa da falta de oferta de alguns componentes.
A Renault, porém, não entrará com tudo no canal de vendas aos frotistas: ele projeta 53% das vendas para o varejo e 47% diretas, sempre dentro do plano Renaulution, divulgado no ano passado, que privilegia as margens mais generosas em vez dos volumes.
Este ano a companhia anunciou R$ 2 bilhões em investimento em São José dos Pinhais, PR, após encerrar ciclo de R$ 1,1 bilhão com o lançamento dos novos Kwid e Oroch. O novo plano prevê a produção de um SUV sobre a plataforma CMF-B, ainda inédita na região, e um motor 1.0 turbo.
“Introduzir uma nova plataforma significa abrir possibilidade para produzir outros veículos. Estamos em negociação com a França para aprovar novos modelos.”
Gondo também disse que, embora não tenha confirmado se o ciclo contemple isso, a Renault desenvolve a tecnologia híbrido flex para aplicação no Brasil. Será o meio do caminho para a eletrificação, pois a companhia já tem em seu portfólio atual modelos E-Tech como Kwid e Zoe, e tenha anunciado para 2023 Mégane, Kangoo e Master, todos 100% elétricos.