São Paulo – As grandes estrelas da Fenatran, que segue até a sexta-feira, 11, são os caminhões, é verdade. Mas fundamentais para a sua existência são os fornecedores de autopeças, que também ocupam boa parte dos 100 mil m² de área de exposição do SP Expo. Como nos veículos o tema central é a descarbonização, que corresponde à grande parte das inovações expostas nos estandes dessas empresas.
Na Cummins Meritor os eixos elétricos 14Xe e 17Xe são as estrelas do estande. O segundo é apresentado pela primeira vez no Brasil e ainda está em fase de testes – seu início de produção está previsto para 2025, em Linsdesberg, Suécia. É projetado para caminhões pesados, com até 44 toneladas de peso bruto combinado. O 14Xe, produzido em Asheville, Carolina do Norte, atende a modelos de 12 t e 24 t de PBT e está pronto para chegar ao mercado nacional.
Outro item exposto, este ainda conceito, é o motor Cummins X15H, que pode rodar com hidrogênio. Ele é desenvolvido para caminhões de até 44 toneladas, de longa distância, com potência máxima de 530 cv. Nos cálculos da fabricante a autonomia de um caminhão pesado, com um sistema de armazenamento de combustível de hidrogênio de alta capacidade e alimentado pelo motor pode ter autonomia superior a 1 mil quilômetros. Eles estimam seu lançamento em 2026.
No estande da ZF está exposto o sistema CeTrax de segunda geração, que foi apresentado no último IAA, em Hannover, Alemanha – e a sua produção em série anunciada para 2023. Composto por dois motores elétricos de alto desempenho, inversores de carboneto de silício e transmissão de três velocidades o sistema pode ser instalado em plataformas existentes e novas. Outra solução apresentada é o eWorX, que permite integrar caminhões elétricos a implementos que utilizam energia para operar por meio das baterias do veículo.
A Empresas Randon busca clientes para o e-Sys, sistema da Suspensys de tração auxiliar elétrica para modelos comerciais. Duas unidades de semirreboques Randon equipados com a nova tecnologia foram comercializados recentemente para a mineradora SQM, no Chile, e para a produtora de celulose CMPC no Brasil. Segundo cálculos da companhia a economia de combustível pode chegar a 25% com o sistema, que também proporciona menos desgaste dos componentes.
A organização da feira espera superar os R$ 9 bilhões em negócios com a Fenatran 2022, que teve intensa movimentação nos dois primeiros dias desde as primeiras horas de abertura dos portões.