Primeiro utilitário esportivo compacto do mundo a receber preparação Abarth chega por R$
Viamão, RS – Há pelo menos dois anos a Fiat tem feito movimentos para elevar seu patamar de reputação e preços no Brasil. Reconhecida como marca do segmento de entrada, que em 2015 representou 70% das suas vendas no País, o plano passou a ser reverter este mix. Já no ano que vem a expectativa é de que 35% das vendas sejam de veículos que já foram chamados de populares – os outros 65% serão modelos com preços acima de R$ 100 mil.
Dentre estes, além da picape Toro e do novíssimo Fastback já no mercado, haverá uma opção, digamos, mais apimentada: o Pulse Abarth, que começou a ser vendido na quinta-feira, 17, por R$ 149.990,00.
A grife Abarth, hoje reconhecida como uma das catorze marcas do Grupo Stellantis, indica preparação esportiva para carros Fiat, além de visual customizado. A Abarth já foi explorada no passado em versões do Stilo e, mais recentemente, do Fiat 500, modelo que deu origem à divisão de carros preparados, a partir de 1971.
A história, no entanto, começou antes, quando o ex-piloto austríaco Carlo Abarth adquiriu, em 1965, alguns Fiat 500 e dobrou a potência do motor, desenvolvendo um kit de desempenho para estes modelos. Leves, ágeis e potentes conquistaram vitórias, batendo recordes em corridas na Europa. Por isto a Abarth foi adquirida pela Fiat e se tornou sua divisão de preparação oficial.
O Pulse será o primeiro SUV compacto Abarth e foi totalmente desenvolvido pelo Centro Tecnológico da Stellantis América do Sul, em Betim, MG. Desde os itens visuais até a calibração do conjunto motor 1.3 turboflex, transmissão e suspensão, tudo foi trabalhado para atender às expectativas do consumidor que busca personalização e desempenho.
A ambição da Fiat com o Pulse Abarth é que suas vendas representem 10% do volume mensal de emplacamentos do SUV em todas as suas versões:
“Esperamos que as vendas do Pulse se mantenham como em outubro, no patamar das 4,1 mil unidades/mês. Então o Abarth representaria algo como quatrocentas unidades por mês”, projetou Herlander Zola, vice-presidente sênior da Fiat América do Sul. “Mas trabalharemos para ampliar este resultado”.
Foi preparado plano diferenciado para vender o Pulse Abarth, que poderá ser comprado em todas as quase seiscentas lojas da rede no Brasil. Mas apenas 55 concessionárias terão o carro exposto em espaço exclusivo, também terão remuneração pouco mais alta e veículos disponíveis para test-drive: “É obvio que continuaremos nos populares, mas queremos crescer ainda mais nossa participação com os produtos da prateleira de cima. É importante para a rentabilidade e para a continuidade dos investimentos na região”.
Dirigindo no traçado mais rápido do Brasil, a pista de Tarumã, no Rio Grande do Sul, deu para perceber como a Fiat pretende convencer o cliente de que uma versão preparada pode gerar emoção de conduzir a um SUV que, finalmente, faz jus ao S da sigla, de esportivo.
O Pulse Abarth tem comportamento confiável e direção muito mais precisa do que as outras versões do SUV que a reportagem dirigiu. E isto se dá primeiramente pela nova geometria da suspensão dianteira, com barra estabilizadora de maior diâmetro. As molas e amortecedores na dianteira e na traseira são 13% e 12% mais rígidas, respectivamente, e o eixo de trás é 15% mais rígido nas torções durante acelerações bruscas em curvas.
As respostas ao volante são imediatas e, segundo a Fiat, são programadas eletronicamente para acontecer 51% mais rápidas do que no sistema de série das outras versões do Pulse. Isto é importante porque com o pé embaixo na sequência de curvas rápidas 1, 2, e 3, após a reta de Tarumã, é preciso ter confiança para manter o motor cheio.
O conjunto motor-transmissão recebeu trabalho extra da equipe de engenharia brasileira para entregar ao motorista/piloto desempenho improvável para um SUV nacional. O motor T270 oferece os mesmos 185 cv de potência e 270 Nm de torque máximo dos outros veículos do Grupo Stellantis equipados com ele, como os Jeep Renegade e Compass e os Fiat Toro e Fastback. Porém a calibração para a versão Abarth garante respostas mais rápidas e eficientes de torque e potência porque o conjunto sempre trabalha em rotação mais avançada.
Com esta pegada a Fiat substituiu o botão Sport no volante do Pulse pelo Poison, ou veneno, na versão Abarth. Acionando o sistema a configuração de volante e de vários parâmetros do motor entram em modo esportivo. As trocas de marchas são mais rápidas e as rotações 30% mais altas. O Pulse Abarth pode chegar a 215 km/h e com o botão do veneno acionado se transforma num brinquedo muito divertido para uma sessão de tomada de tempo em qualquer pista do País.
Além da preparação o visual também é exclusivo, para atender a exigência de um cliente que busca se diferenciar no trânsito e nas pistas. Pela primeira vez o nome Abarth aparecerá escrito na traseira de um veículo. A grade dianteira, em vez do logo Fiat, estampa o brasão com o escorpião da divisão esportiva, que aparece treze vezes na carroceria, como nas rodas negras de 17 polegadas e nas laterais.
Completam o visual externo grade dianteira e traseira com pormenores pintados em vermelho, faixas laterais e ponteira de escapamento cromada que emite um som exclusivo para o modelo.
No interior a personalização é um pouco mais discreta, mas ainda com filetes em vermelho no painel, console central, nas costuras do volante e na alavanca da transmissão automática. Todo o pacote de tecnologia, como o sistema de segurança ativa – menos o Active Cruise Control – estão disponíveis.
A central multimídia é a mesma do Pulse, mas pela primeira vez no SUV compacto a Fiat incluiu o botão de acionamento de estacionamento eletrônico, como já havia feito com o Fastback. Nem precisava tanto, mas tudo o que o Fiat Pulse Abarth oferece está em linha com o planejamento de posicionamento da marca, pelo menos aqui no Brasil, sentencia Zola: “Deixamos de ser percebidos como uma marca exclusivamente popular”.