Piracicaba, SP – Conforme antecipado pela Agência AutoData a BorgWarner localizará a produção de sistemas de baterias para veículos comerciais elétricos no Brasil a partir de 2023. Será na unidade de Piracicaba, SP, antiga Delphi, que teve um de seus prédios modernizado para iniciar a operação da Akasol, empresa especializada na fabricação de baterias que a companhia adquiriu em fevereiro.
Piracicaba será a quarta fábrica da Akasol no mundo, que veio para o Brasil porque a BorgWarner já decidiu montar aqui um polo de produção de baterias. Na fase inicial, que começa no primeiro trimestre de 2023, as baterias ainda serão importadas, mas integradas a outros três componentes que formam o sistema de baterias, que será ofertado pela companhia.
Os três itens que serão feitos no Brasil são o BMS, módulo de gerenciamento da bateria, o DCU, componente que recebe a energia vinda do carregador, e o Junction Box, caixa responsável por integrar todos os sistemas elétricos do veículo e suas baterias.
Nessa fase a capacidade será de 4 mil sistemas de baterias por ano, sendo que cada sistema utilizado por ônibus, por exemplo, demanda de três a cinco packs de baterias, um módulo por pack, dois DCU e um junction box. A produção avançará de acordo com a demanda do mercado. O projeto faz parte do ciclo de investimento previsto de 2023 a 2025, mas 40% do valor já foi usado em 2022 para que a operação comece no ano que vem.
Os três componentes produzidos no Brasil terão conteúdo local, com a BorgWarner comprando de fornecedores instalados no País os componentes mecânicos e alguns metálicos. A parte de circuitos, dentre outras, continuarão sendo importadas.
O desenvolvimento de fornecedores locais está programado para a segunda fase de produção, ainda sem data estipulada, quando a BorgWarner iniciará a produção local das baterias, tornando todo o processo nacional e importando apenas alguns componentes.
O foco inicial dos negócios será nos ônibus de transporte urbano, segmento no qual a eletrificação já é considerada uma realidade para a BorgWarner, com crescimento deverá ser puxado pela cidade de São Paulo, por Curitiba, PR, e Salvador, BA, que já possuem projetos para usar veículos elétricos no transporte de passageiros. O primeiro contrato fechado foi com a Mercedes-Benz e a companhia possui negociações em andamento com outras três empresas:
“A nossa expectativa é de que o segmento de veículos comerciais elétricos cresça 400% nos próximos cinco anos no Brasil”, disse Marcelo Rezende, diretor para sistemas de baterias no Brasil. “Por isto começaremos com foco nos ônibus e depois avançaremos para caminhões de last mile”.
Com a projeção de grande avanço do segmento e da demanda por baterias a companhia também está olhando para um futuro sustentável, sendo possível reciclar 85% dos componentes utilizados em suas baterias e utilizar em uma operação de segunda vida, para armazenar energia. A BorgWarner também estuda processos de remanufatura de baterias.