São Paulo – Após registrar forte crescimento em 2022 a indústria de motocicletas instalada no Brasil acredita em mais um ano de expansão, projetando alta de 9,7% para produção, chegando a 1 milhão 550 mil unidades. Os números foram divulgados pela Abraciclo, entidade que representa as montadoras instaladas em Manaus, AM, durante a primeira entrevista coletiva à imprensa do ano, realizada de forma online na terça-feira, 17:
“A expectativa é de franca recuperação daquilo que já tivemos no passado, e as perspectivas para o nosso negócio continuam positivas”, disse o presidente Marcos Fermanian. “Se a produção chegar ao volume projetado superaremos o que produzimos em 2014 e nos aproximaremos dos volumes de 2012 e 2013”.
O maior volume de produção deverá começar em março, pois em janeiro as montadoras estão voltando de férias coletivas e em fevereiro, que é um mês mais curto, o feriado de carnaval atrapalha o calendário de produção.
As vendas no varejo deverão seguir em ritmo parecido com a produção, chegando a 1 milhão 490 mil unidades, volume que poderá ser 9,4% maior do que o registrado em 2022. Alguns fatores puxarão os negócios em 2023, caso da demanda aquecida e que segue represada desde o ano passado, com cerca de um mês de prazo do pedido à entrega da motocicleta. Alta dos combustíveis e preços mais acessíveis também são fatores que atraem os consumidores.
Do lado dos desafios estão alguns pontos como a incerteza do cenário econômico global, que pressiona o aumento dos custos de produção no País, definição da política do novo governo, reformas tributária e administrativa, que podem afetar a competitividade das empresas instaladas no PIM, Polo Industrial de Manaus, custo Brasil e a demanda, que está aquecida mas que, para se manter, requer a recuperação do poder de compra da população.
A disponibilidade de crédito para o financiamento de motocicletas não aparece com um ponto de atenção até agora porque os bancos estão disputando os clientes que procuram um financiamento, mas Fermanian reconhece que as instituições financeiras estão mais criteriosas para aprovação das fichas.
Com relação às exportações a expectativa da Abraciclo é de que 59 mil unidades sejam embarcadas até dezembro, com alta de 6,7% na comparação com 2022. Explorar novos mercados da América do Sul e elevar os volumes para os 31 países que já recebem motocicletas nacionais também aparecem como dois pontos que podem ajudar a elevar a produção em 2023.
Promot M5 – Assim como no segmento pesado todas as motocicletas produzidas no Brasil deverão atender a uma nova legislação de emissões, a Promot M5, que entrou em vigor no dia 1 de janeiro, para reduzir o nível de gases poluentes emitidos. Para isto os modelos passaram por mudanças na injeção eletrônica, sendo que todas as associadas à Abraciclo não usam mais o carburador, com um cânister instalado no tanque de combustível para evitar evaporação dos gases do combustível no meio ambiente.
Uma ECU, unidade de comando eletrônico, também estará em todas as motocicletas, com a chegada do OBD, on board diagnosis, que será responsável por monitorar todo o sistema de emissão. Caso apareça alguma falha uma luz acenderá no painel para alertar sobre a necessidade de manutenção.