São Paulo – As vendas de ônibus 0 KM no primeiro mês de 2023, de 1,7 mil unidades, superam em 65% as efetuadas um ano atrás, com 1 mil veículos. Na comparação com dezembro, que registrou 2,3 mil licenciamentos, no entanto, houve recuo de 25,2%.
Os dados, divulgados pela Anfavea na terça-feira, 7, apontam que a maior parte das vendas ainda atende a pedidos do programa do governo federal Caminho da Escola, responsável por 34% do total.
Outra parcela significativa, 32% do volume, foi para o segmento de urbanos, atendendo, principalmente, à renovação de frota de licitações municipais. Do restante 14% foram micro-ônibus, 9% miniônibus, 8% rodoviários e 3% fretamento.
Contribuiu para o expressivo resultado o fato de que no primeiro mês de 2022 a crise de oferta provocada pela falta de componentes, principalmente semicondutores, era aguda. E, agora, a maior disponibilidade de produtos tem sido capaz de atender melhor a demanda.
As vendas registradas em janeiro, entretanto, também superaram as quantidades correspondentes ao mesmo período em 2021, que vendeu o mesmo volume do ano passado, 1 mil unidades, e de 2020, de 1,5 mil.
O vice-presidente da Anfavea Gustavo Bonini lembrou que o mesmo efeito que ocorre com os caminhões devido à mudança da tecnologia de emissões, do Euro 5 para o Euro 6, reflete também nos ônibus. E, de acordo com a legislação brasileira, as fabricantes poderão comercializar modelos com a tecnologia anterior e menor preço até o fim de março, o que tende a aquecer o mercado.
Exatamente esta mudança exerce efeito contrário nas linhas de produção, tanto que foram produzidos oitocentos ônibus no mês passado, 57,9% a menos do que em dezembro, 1,9 mil unidades, e 41% inferior ao registrado em janeiro de 2022, 1,3 mil.
“Este fenômeno se dá da mesma maneira com os ônibus por causa da mudança de fase da motorização”, disse Bonini ao justificar o porquê da queda abrupta da fabricação de ônibus.
As fabricantes correram contra o tempo no fim do ano passado para produzir o máximo de modelos Euro 5 que conseguissem e deixaram para conceder férias coletivas em janeiro, e não tradicionalmente em dezembro, a fim de também aproveitar para realizar a manutenção das linhas para começar a produzir veículos Euro 6 a partir de fevereiro.
As exportações: foram 290 unidades no mês passado, queda de 41,2% frente a dezembro, 493, e redução de 15,9% ante janeiro de 2021, 345.