Média diária de vendas cresceu mas o sinal amarelo está aceso para a Anfavea
São Paulo – Ainda que destaque o crescimento de 10% nas vendas médias diárias de janeiro para fevereiro, saltando de 6,5 mil para 7,2 mil emplacamentos por dia útil, a Anfavea ressalta que ainda persiste resquício da crise de oferta e começa a aprofundar a falta de demanda por veículos 0 KM no mercado brasilero.
No caso da oferta a razão ainda são os semicondutores: em fevereiro três fábricas, duas da Volkswagen e uma da GM, pararam as linhas, somando 31 dias sem produção. “O fantasma da crise dos chips ainda não nos abandonou, ainda que esta questão esteja mais suave do que no primeiro bimestre do ano passado.”
Com relação à demanda o ponto está no crédito: os juros elevados estão tirando consumidores do mercado, de acordo com o presidente Márcio de Lima Leite, que discute com o governo mecanismos que ajudem a destravar o crédito – e espera também a redução da taxa Selic, algo que o governo tem trabalhado para que o Banco Central comece a promover.
“Fevereiro é um mês atípico”, disse Lima Leite em entrevista coletiva à imprensa na segunda-feira, 6. “Além de ter quatro dias úteis a menos tivemos a tragédia das chuvas em algumas regiões do Brasil, como o Litoral Norte de São Paulo.”
No mês passado foram licenciados 129,9 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, queda de 9% comparado com janeiro e de 1,8% com relação a fevereiro de 2022.
O saldo ficou positivo no bimestre: com 272,2 mil veículos emplacados o setor apresentou crescimento de 5,4% sobre os primeiros dois meses do ano passado, que foram fortemente influenciados pela falta de chips que prejudicou a produção.
Os estoques ao fim do mês eram capazes de suprir quarenta dias de vendas, com 187,4 mil unidades. O nível permanece estável e dentro da faixa histórica usual.