Hannover, Alemanha – A Siemens entrou como parceira da Freyr, startup que investe na construção de fábricas de baterias e no aprimoramento da tecnologia de armazenamento de energia, dentro da Coalizão de Aceleração de Transição de Energia, em tradução livre do inglês – também fazem parte a Caterpillar, a Glencore e a Nidec. O plano é imprimir velocidade ao desenvolvimento de tecnologias e suas aplicações nas linhas das já anunciadas unidades de Mo i Rana, Noruega, e Coweta County, Geórgia, Estados Unidos.
A Freyr tem planos de produzir 50 GWh de baterias até 2025 e de quadruplicar o volume até 2030. Aposta em desenvolvimento de baterias menores, com um novo design, e maior capacidade de geração e de velocidade de recarregamento. Firmou parcerias com diversas empresas da cadeia, de matérias-primas e de tecnologia industrial, mas ainda não tem nenhuma montadora como cliente, embora seu alvo principal sejam os carros elétricos.
Fornecedora de quase todas as fabricantes de veículos a Siemens tem um leque de soluções para oferecer, que vai desde o desenvolvimento do produto à melhoria dos processos em fábricas já instaladas. No caso da Freyr entra uma inovação, que é um dos destaques da Siemens na Hannover Messe, feira de tecnologia industrial que ocorre em Hannover, Alemanha, até a sexta-feira, 21, que fará parte do pacote: o metaverso.
O metaverso industrial é a aposta da Siemens para a próxima fase da Indústria 4.0. Aliado aos gêmeos digitais e demais soluções que compõem o que a companhia passou a chamar Xcelerator, promete reduzir custo, prazo e tornar todo o processo mais sustentável ao economizar matéria-prima. Com o metaverso é possível replicar em ambiente virtual toda uma fábrica, criando um espelho do que existe na vida real.
As vantagens? Poder simular lá, de forma precisa, produtos, processos e inovações antes mesmo de se criar seu equivalente palpável. Vai além da já difundida realidade virtual porque, no metaverso, toda a operação da fábrica pode ser testada de forma integrada, em paralelo à vida real.
Com a Freyr a Siemens pretende ajudar a chegar a uma bateria menor e mais eficiente usando todo o seu conjunto de soluções de metaverso e Indústria 4.0 já no desenvolvimento. As gigafábricas já têm seus gêmeos digitais sendo testados no metaverso.
Planos da Freyr
Segundo Ton Einar Jensen, CEO da Freyr, a demanda global por carros elétricos criará a necessidade de produção de cem gigafábricas de baterias em sete a dez anos: “Seria preciso inaugurar em torno de quinze unidades por ano”.
É com base nesses números que a startup busca financiamento para a sua fábrica estadunidense – a norueguesa já está em construção. O total de investimento das duas é próximo dos US$ 4 bilhões.
A parceria com a Siemens inclui discussões sobre possível financiamento por meio do braço financeiro da companhia alemã, bem como um possível acordo de compra de células de bateria.