Hannover, Alemanha – Um estande chamativo, com uma cascata sobre diversas samambaias, faz com que diversas pessoas que circulam pelos pavilhões da Hannover Messe, feira de tecnologia industrial realizada em Hannover, Alemanha, até a sexta-feira, 21, parem à frente para admirar e, em muitas ocasiões, tirar uma foto ou filmar. O Brasil fez a sua estreia com um estande empresarial no evento, organizado pela CNI, Confederação Nacional da Indústria, Sesi e Senai, e atraiu muitas pessoas, além dos curiosos pela decoração inusitada do espaço de 200 m², interessadas na economia verde que o País busca vender no Exterior.
Descarbonização, transição energética e bioeconomia foram os três pilares escolhidos para sustentar a participação brasileira na feira. Cinco projetos serão apresentados a investidores estrangeiros, iniciativa costurada pela organização da Hannover Messe – que tem interesse no Brasil como futuro país-parceiro, aquele que ganha mais destaque no evento. Dentre eles o centro de desenvolvimento de exportação de hidrogênio verde no porto de Suape, PE.
Segundo Jefferson Gomes, diretor de tecnologia e inovação do Senai, o projeto ainda tem um nível de maturidade tecnológica muito baixo e, por isto, busca empresas para troca de tecnologia: “O hidrogênio verde precisa de abundância de energia limpa e água. E o Brasil tem todos eles. Por isto consegue ser competitivo, ainda que as máquinas de eletrólise tenham uma eficiência ainda baixa. Precisamos de mais gente interessada para avançarmos no projeto”.
Para Pablo Fava, CEO da Siemens no Brasil, é papel do País liderar as discussões no sentido da energia sustentável: “O Brasil não pode se esconder, tem que se apresentar como um celeiro da sustentabilidade. Há anos gera energia sustentável e tem tudo para ser um fornecedor global de energia limpa”.
Este é,segundo ele, um dos principais fatores para que a indústria alemã vire seus olhos para o Brasil: “Nos últimos meses tivemos muitas autoridades alemãs visitando o País. A energia limpa é um dos atrativos”.
Um painel organizado no estande brasileiro juntou muita gente interessada, de acordo com Gomes, do Senai, que disse já haver empresas em conversas para ingressar no projeto. A situação da Alemanha, que sofre com o fornecimento de energia elétrica por causa da guerra na Ucrânia, que reduziu a disponibilidade de gás, colabora para o crescimento do interesse, além das metas de redução da emissão de carbono de muitas companhias, que já têm em seu horizonte datas para serem carbono zero.