São Paulo – É preciso investir em novas tecnologias para deixar sua fábrica alinhada e preparada para o futuro. “Quem não fizer isto terá uma fábrica sem futuro”, afirmou o consultor executivo da Dassault Systemes para soluções de tecnologia e sustentabilidade, Luiz Egreja, no Seminário Megatendências 2023, organizado pela AutoData Editora.
Muitos investimentos, segundo o consultor, geram ganhos que são sentidos em pouco tempo. Citou dois exemplos de clientes da Dassault, sem revelar os nomes por questões contratuais: uma das empresas reduziu em um ano o desenvolvimento de uma geração de produtos. A outra adotou a tecnologia e reduziu de vinte dias para sessenta minutos a configuração de produtos de acordo com a especificação do cliente na fábrica: “É um ganho de tempo substancial”.
Ele concorda que, em alguns casos, não existe a condição de fazer o investimento, por falta de capital ou financiamentos caros. Mas sempre há uma solução: a própria Dassault oferece soluções como serviço, fornecendo equipamentos e sua expertise.
Preocupa Egreja, porém, o cenário atual da indústria brasileira, que deixou de investir e está inserida em um contexto de falta de competitividade. Ele trouxe dados que exemplificam: de dezoito países analisados em um estudo da CNI, Confederação Nacional da Indústria – o Brasil e outros dezessete que consideram concorrentes diretos – o Brasil ocupa a décima-sexta colocação em um ranking de competitividade. Só é mais competitivo do que Peru e Argentina.
Pior: o País não ocupa as primeiras posições em nenhum dos quesitos avaliados. No ano passado menos de 1% de todo o comércio exterior global foi de exportações a partir do Brasil: “Me preocupa porque não tem melhorado nos últimos dez anos, quando as tecnologias da Indústria 4.0 começaram a aparecer. Sinto o Brasil investindo abaixo da média mundial, que não contribui para melhorar a nossa posição”.