Governo e fabricante chinesa querem criar uma cadeia de produção e utilização de hidrogênio verde para caminhões e outros veículos pesados
Iracemápolis, SP – Antes mesmo do início de sua produção nacional de veículos a Great Wall Motor surpreende e demonstra que é mesmo uma obsessão tornar a mobilidade livre de carbono. Na terça-feira, 25, no galpão que muito em breve abrigará maquinários para a produção de veículos, reuniu o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, prefeitos da região e outras autoridades para anunciar seus planos de introdução de tecnologia de mobilidade a hidrogênio no Brasil.
A solenidade terminou com a assinatura de termo de engajamento do governo do Estado de São Paulo com a GWM, que promoverá estudos de viabilidade de uma rota logística com caminhões movidos a hidrogênio. Além disso a parceria com o governo fará o mapeamento do Estado para identificar parceiros na produção de hidrogênio verde e, também, intensificará o engajamento de universidades paulistas no processo de pesquisa e de desenvolvimento para novas tecnologias para a descarbonização da mobilidade.
“Temos a vantagem de produzir o hidrogênio verde a partir do etanol aqui em São Paulo”, disse o governador, que comemorou o investimento da GWM. “Sairemos na frente com esta parceria e pretendemos, além de abastecer o Estado com esse combustível, exportar o hidrogênio verde no futuro.”
Esta iniciativa faz parte do aporte inicial de R$ 4 bilhões que a empresa, com sede na China, fará com recursos próprios no Brasil até 2025 – o investimento total é de R$ 10 bilhões em dez anos. Além de promover o hidrogênio esta primeira fase contempla a produção de dois veículos no País. O anúncio do início da produção nacional será ainda nesta semana. Para a quinta-feira, 27, está programada visita do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que anunciará os pormenores deste, aí sim, início da nacionalização de produtos GWM.
James Yang, responsável pelas operações da GWM na América Latina, recebeu o governador e exaltou o potencial brasileiro no desenvolvimento brasileiro de energia limpa. Ressaltou a importância do agronegócio na geração de energia verde e que está esperançoso em que o “etanol possa reduzir o consumo de petróleo, gerar energia elétrica para movimentar veículos plug-in e biogás para a indústria local e até mesmo o hidrogênio, que espero que possa, no futuro, substituir o diesel dos caminhões e outros veículos pesados”.
O executivo disse que as tecnologias de propulsão a hidrogênio já estão prontas e as aplicações em caminhões também são feitos pela GWM na China: “O caminho tecnológico nós já temos. Precisamos agora da academia e de novos parceiros para construir o ecossistema dessa cadeia e tornar viável a aplicação da célula de combustível no Brasil”.
O projeto terá a duração de um ano e contará com o apoio da InvestSP, a agência de promoção de investimentos do governo do Estado, para fazer o mapeamento e coordenar a interlocução com os diferentes interessados na iniciativa privada e os representantes do poder público no Estado.