São Paulo – A DNI, fabricante de relês com fábricas na Zona Norte da cidade de São Paulo e em Monte Santo, MG, vem investindo R$ 1,5 milhão ao longo deste ano em novas linhas, o que inclui produtos para veículos eletrificados, para manter o ritmo de crescimento no passo de dois dígitos: se no ano passado o avanço foi de 18% para 2023 a projeção é a de incremento de 25% sobre o faturamento mensal na base de R$ 10 milhões.
Segundo Rodrigo Ueta, gerente administrativo da DNI, o otimismo decorre do cenário nacional que favorece a venda de veículos seminovos e usados. Em meio aos altos custos de modelos 0 KM e à dificuldade de acesso ao crédito devido à inadimplência crescente e à manutenção das elevadas taxas de juros, o movimento de migração para usados é constante.
A maior parte da operação da empresa é dedicada ao setor automotivo, 85% do total, mesmo porcentual ao qual corresponde o mercado de reposição na divisão, cabendo ao restante fornecer a encarroçadores, a sistemistas e a montadoras: “Nosso principal negócio é o mercado de reposição. E este ano devemos ampliar em 20% sua representatividade dentro da DNI”.
Embora calcada na demanda de veículos a combustão e a despeito de incertezas dos rumos que o mercado de elétricos tomará no Brasil, o gerente comercial Thiago Fernando da Silva pontuou que a DNI também está de olho na transição para a eletrificação, especialmente em adaptadores de tomada para a recarga de híbridos plug-in e elétricos.
Veículos deste tipo vêm com tomada para fazer a recarga no wallbox ou então em uma conexão industrial, mas nem todos são dotados de adaptador para que o abastecimento possa ser feito em qualquer lugar. Pensando nessa necessidade a DNI passou a produzir adaptadores para conectar esse carregador em uma tomada comum.
“Trata-se de um gesto inicial para este mercado, que tem muito a evoluir. Estamos antenados nas atualizações e, assim que for o momento, a empresa está disposta a investir forte em itens para veículos eletrificados.”
Forte aposta nos pesados
Metade da demanda do aftermarket da DNI, hoje, provém do segmento de pesados. No início do ano passado a companhia adquiriu a Ueta, fabricante de relês para caminhões e ônibus, com o objetivo de ampliar seu portfólio e, portanto, sua presença, nestes veículos. O valor da transação não foi divulgado.
A empresa, fundada em 1990, emprega quinhentos funcionários e dispõe de mais de seiscentos tipos de relês, que são intermediários do acessório à fonte de energia, também distribuídos para trinta países, a maioria na América Latina – 10% do faturamento provêm dos embarques.
Seu índice de nacionalização gira em torno de 40%. O baixo porcentual deverá seguir no mesmo patamar, embora possa flutuar conforme as condições de cotação do dólar e o preço das commodities. E foi justificado pelos executivos como chave de manobra para ter competitividade, embora tenham destacado que produtos exclusivos do mercado brasileiro, como linhas de fios e cabos, e o adaptador para fazer a recarga de veículos eletrificados, são 100% localizados.