Produção no quadrimestre se equipara à de 2014, com delivery e economia impulsionando vendas
São Paulo – O cenário de continuidade no ritmo de crescimento dos serviços de delivery, somado às condições da economia que favorecem o setor de duas rodas por seu custo menor de aquisição, manutenção e por quilômetro rodado, estimularam a produção de motocicletas no PIM, Polo Industrial de Manaus de janeiro a abril deste ano. Saíram das linhas de montagem neste período 513 mil 879 unidades, volume que se aproxima ao registrado no mesmo período em 2014, 559 mil 75: em nove anos trata-se da primeira vez em que a produção superou meio milhão de motocicletas no primeiro quadrimestre.
Dados da Abraciclo, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, divulgados na terça-feira, 16, apontam que em comparação aos quatro primeiros meses de 2022, quando foram fabricadas 439 mil 817 unidades, houve incremento de 16,8%, ou 74,1 mil motos a mais.
Em sua primeira entrevista coletiva de imprensa desde que assumiu o posto de presidente da Abraciclo, Marcos Antônio Bento destacou que para fazer frente à demanda crescente, principalmente graças ao protagonismo do delivery, além da opção por consumidores em busca de veículo mais acessível e que proporcione agilidade no deslocamento, as fabricantes seguem atualizando, constantemente, a oferta de produtos por meio investimentos, da modernização e ampliação do parque produtivo para acompanhar as novas tecnologias.
De janeiro a abril foram comercializadas, no varejo, 478 mil unidades, contra 382 mil no mesmo período do ano passado, incremento de 25,1%, equivalentes a 95 mil motos. Com 249,7 mil unidades vendidas, aumento de 30,4%, a categoria street liderou com 52,5% de participação de mercado.
A trail ocupou a segunda colocação, com 89,4 mil unidades, incremento de 31,7% no quadrimestre e fatia de 18,7% dos licenciamentos. E a motoneta, com 65,2 mil emplacamentos e aumento de 16,6%, veio em seguida, com participação de 13,6%.
O maior aumento na demanda proveio da Região Norte, de 39,7%, com destaque para Tocantins, onde a procura cresceu 51%, e Pará, com aumento de 49,7%.
O segmento de até 160 cm3 de cilindrada liderou as vendas de janeiro a abril, com 81%, seguido do de média cilindrada, com 15%, e das motos de alta cilindrada, com 3%. O que mais se destacou este ano, no entanto, em termos porcentuais, foi o de média cilindrada, com avanço de 36,4%. De acordo com Bento isto se deve a consumidores que passaram a optar pela motocicleta e, agora, estão migrando para modelos com mais recursos tecnológicos.
“As fabricantes têm se esforçado para elevar o volume de produção e reduzir filas de espera. Em algumas cidades opções de média cilindrada têm filas zeradas. Hoje o foco está em atender modelos de baixa cilindrada, que ainda possuem espera.”
Emplacamentos em abril foram os maiores em dez anos
Em abril as vendas somaram 120 mil 969 unidades, alta de 12,3% com relação ao mesmo mês em 2022 e melhor resultado para o mês em uma década – em 2013 foram emplacadas 140 mil 878 unidades. Na comparação com março, que contou com mais dias úteis, 23 contra dezoito em abril, houve recuo de 17,2%.
Com a produção ocorreu o mesmo movimento. As 116 mil 809 motocicletas fabricadas ficaram 23,4% abaixo do que saiu das linhas em março. Frente ao quarto mês de 2022, entretanto, houve crescimento de 3,7%.
Ano deverá terminar com a produção de 1,5 milhão de unidades
O presidente da Abraciclo assinalou que, diante dos resultados obtidos até o momento, é mantida a projeção de vendas de 1,5 milhão de motocicletas em 2023, aumento de 9,7% diante do resultado do ano passado.
“É importante lembrar que nosso mercado já atingiu 2 milhões de motocicletas em 2011. Após período de quedas sucessivas estamos em processo de recuperação e comemorando porque, ao que tudo indica, voltaremos ao patamar de 2014.”