São Paulo – Alguns ajustes foram feitos pelo governo federal, a pedido da indústria de caminhões, para que o programa de incentivos para a renovação de frota de caminhões e ônibus, que oferece descontos de R$ 33 mil a R$ 99 mil, possa finalmente deslanchar. No primeiro mês, devido a pequenos detalhes que estavam travando a operacionalização do programa, muito pouco do R$ 1 bilhão, sendo R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus foi liberado.
Para receber o desconto é preciso que um veículo com mais de 20 anos de uso seja entregue à reciclagem. Um decreto, assinado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, dispensou a exigência de o modelo vendido e comprado serem da mesma pessoa. Assim basta o proprietário do caminhão, ou ônibus, com mais de 20 anos autorizar a desmontagem ou destruição do veículo, e o bônus pode ir para outro usuário.
Também foi permitido que mais de um veículo seja entregue para a aquisição de outro, acumulando valores para o desconto. Segundo Alckmin foram liberados R$ 100 milhões para caminhões e R$ 140 milhões para ônibus: “Conversamos com a Anfavea que nos pediu maior agilidade por parte do Detran na hora de dar baixa no veículo entregue, movimento que irá liberar o crédito para o comprador, e nós já conversamos com o Denatran para que isso aconteça de forma rápida, ajudando na renovação da frota”.
Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea, disse que o valor já liberado demonstra o apetite das montadoras em participarem do programa e as vendas poderão acelerar em julho: “Agora com tudo pronto temos que aguardar o desempenho do mercado nas próximas semanas, como vai reagir e seguir no caminho da renovação dos veículos”.
De janeiro a junho o setor sofreu com a chegada dos motores Euro 6 e as montadoras adequaram sua produção ao ritmo do mercado, que concentrou a demanda no estoque de veículos Euro 5. Dessa forma a produção caiu 34,3% na comparação com o primeiro semestre do ano passado, com 47,2 mil unidades fabricadas.
As vendas também sofreram ao longo do primeiro semestre, mas não na mesma proporção da produção, registrando queda de 8,8% com relação ao mesmo período de 2022, com 52,5 mil emplacados. Desse volume, 77,2% foi produzido em 2022 e ficou no estoque da rede, enquanto apenas 22,8% foi produzido esse ano com a motorização Euro 6.
Segundo Bonini, o porcentual de veículos vendidos produzidos no ano deveria ser de 44%, considerando a média dos últimos cinco anos.
A exportação de caminhões caiu 26,7% no semestre, com 8,2 veículos embarcados.
Junho – A produção em junho retraiu 47,4% na comparação com igual período do ano passado, com 7 mil veículos produzidos, volume 16,2% menor do que o produzido em maio. As vendas somaram 8 mil unidades, queda de 28,2% com relação ao mesmo mês do ano passado e de 4,1% na comparação com maio.
Foram embarcados 1,4 mil veículos em junho, recuo de 37% com relação a junho de 2022 e expansão de 6,5% sobre maio.