São Paulo – Aguardada para junho a segunda fase do Rota 2030 é, agora, esperada para agosto. Foi o que afirmou a diretora do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Alta-média Complexidade Tecnológica do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Margarete Gandini, durante o Seminário AutoData Revisão das Perspectivas 2023, realizado de forma online de 10 a 12 de julho.
“O secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços, Uallace Moreira, disse em entrevista, na semana passada, que o Rota 2030 ficará para agosto.”
Gandini assinalou que, agora, dentro do MDIC, estão acontecendo consultas internas a partir do trabalho realizado por todo o setor e, na sequência, haverá conversas com os demais órgãos, como o Ministério da Fazenda, para verificar o alinhamento do formato do instrumento à nova estrutura tributária do País, diante da reforma que está sendo negociada no governo.
O foco da nova fase do Rota 2030, descarbonização e inovação, terá uma nova meta de eficiência, do poço à roda, ou seja, o ciclo completo do uso do combustível. Hoje apenas a emissão do próprio veículo é mensurada, do tanque à roda.
A respeito do incentivo à renovação de frota, Gandini reconheceu a necessidade de linha de financiamento para estimular a aquisição de caminhões mais novos:
“Política industrial é maratona, não é corrida de 100 metros. Se esperar estar perfeito acaba não conseguindo nunca achar o momento. E no caso da renovação de frota apareceu uma janela de oportunidades para fazer o primeiro grande start nela. O está sendo discutido internamente é torná-la estruturante”.
Neste sentido lembrou que na semana passada foram publicadas diretrizes para simplificar e deixar mais claros os procedimentos. Por exemplo: foi dispensada a exigência de o modelo pesado vendido e comprado serem da mesma pessoa e permitido que mais de um veículo seja entregue para a aquisição de outro, acumulando valores para o desconto.
E citou que, a pedido do ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, o Denatran está trabalhando na simplificação da baixa do veículo. Quanto ao financiamento disse que o setor tem conversado com Alckmin a respeito de como tornar isso viável, incluindo garantias que podem ser dadas no processo.
“Há a consciência de que é preciso haver financiamento, especialmente para caminhões seminovos, de até dez ou doze anos, para fazer uma escadinha e, assim, o proprietário do veículo de 25 anos poderá ir para um de doze anos e, daí, ir para o 0 KM.”
Gandini reconheceu que há elementos que ainda estão faltando para que a proposta engrene, mas também reforçou que o governo está trabalhando nisto, gradativamente, para melhorá-la.
“Se não houver mercado não se consegue fazer o círculo da economia girar, ou seja: não se consegue por em prática a descarbonização e a economia circular, que são os pilares da nossa política industrial.”