Objetivo da joint venture formada entre Randoncorp e Gerdau em novembro de 2022 é passar dos atuais 1,4 mil ativos para 3 mil até o fim do ano
São Paulo – Com o propósito de oferecer contratos de locação de veículos pesados, incluídos caminhões, implementos rodoviários, máquinas agrícolas, utilitários e vans, a Addiante, joint-venture formada pela Randoncorp e pela Gerdau em novembro de 2022, celebra a marca de 1,4 mil ativos alugados e projeta encerrar o ano com o dobro deste volume, chegando a 3 mil unidades.
Foi o que afirmou o CEO Fábio Leite em entrevista à Agência AutoData. Ao fazer retrospecto dos primeiros passos do negócio, ele lembrou que começou com o aluguel de carretas, depois de caminhões pesados, on e off road, caminhões médios e de máquinas. Das 1,4 mil unidades contratadas 70% são implementos, 25% caminhões e 5% máquinas.
“Como nascemos utilizando a força da rede de distribuidores Randon, uma vez que a companhia dispõe de mais de noventa pontos em 24 estados, ativamos primeiro a locação de carretas”, contou Leite. “Na sequência passamos a ofertar caminhões e máquinas.”
Para este ano, baseado nas perspectivas dos fabricantes de pesados de ampliar o mercado frente a 2023 – o setor está bastante animado com a realização da 24ª edição da Fenatran, marcada para novembro –, o plano é ampliar a oferta de caminhões e ingressar no last mile, com utilitários e VUCs.
O CEO da Addiante espera que em 2024 a maior parte da demanda continue vindo do segmento de implementos, com 55%, mas com participação menor, abrindo espaço para o de caminhões, o qual se espera que responda por 40%. Máquinas, por sua vez, deverão manter o ritmo de crescimento principalmente diante da perspectiva de retomada de obras públicas e do PAC, Programa de Aceleração de Crescimento.
O executivo lembrou que no Brasil a locação de pesados possui penetração mais tímida se comparado a outros países, mas que o conceito é o mesmo dos veículos leves: a diferença é que esta proposta começou a ser disseminada com força uns dez anos antes.
O fato de não ter a posse do ativo e nem uma dívida de anos, mas uma despesa em seu lugar, argumentou, permite que o cliente foque em sua atividade central e deixe a frota nas mãos de equipe especializada: “Não tem de se preocupar com IPVA, licenciamento, nem com gestão de multas e reciclagem do motorista, em entender a razão da penalidade. Oferecemos isso tudo mais assistência 24 horas e telemetria”.
Mudança de cultura
A respeito da melhora do cenário econômico e do consequente maior acesso ao crédito, Leite refutou: “Vemos muitos clientes querendo trabalhar de forma híbrida ao diversificar a frota. É comum atualizarem de 20% a 40% dos veículos e, o restante, o fazem por meio da locação. Com toda a discussão em torno do ESG esta é uma forma mais acessível de substituir caminhões Euro 3 e Euro 5 por Euro 6”.
Leite assinalou que tem visto evolução de hábitos culturais, com muitas empresas provocando o raciocínio do asset light, ou seja, da estratégia de redução de custos que as levam a manter menor número de ativos. Contribui para esta mudança de pensamento o fato de que muitas companhias atravessarem processos de sucessão em que as novas gerações estão mais abertas a testarem a locação.
O primeiro ano de atividade da Addiante, que nasceu a partir de aporte de R$ 250 milhões, foi, segundo seu CEO, o equivalente a dois anos e meio a três anos do plano de negócios, com aumento de 287% da meta estabelecida para 2023.
Hoje a companhia possui 26 clientes, como a Scapini Transportes, a Transpedrosa e a Comando Diesel. E a meta é ter dobrado este número até o fim deste ano. Quanto aos fornecedores de caminhões integram o portfólio Mercedes-Benz, Volvo, Volkswagen Caminhões e Ônibus, Iveco e DAF.
Com sede em Curitiba, PR, recentemente a Addiante abriu escritório em São Paulo. Hoje emprega sessenta profissionais e a ideia é expandir o quadro em 50%, fechando o ano com noventa postos de trabalho.