Pela primeira vez na história a terceirização de frotas respondeu por dois dígitos das vendas. Potencial, porém, ainda é amplo: apenas 2% dos veículos em circulação são terceirizados.
São Paulo – Rodam no Brasil, hoje, em torno de 3,8 milhões de caminhões, dos quais 2,8 milhões atrelados a CNPJs. Deste universo apenas 2% são terceirizados, segundo levantamento da Addiante, empresa de locação de veículos pesados formada a partir de joint-venture da Randoncorp com a Gerdau. Com base nesse potencial de mercado, assim como no fato de que apenas 5% dos implementos rodoviários e 20% das máquinas são locados, a companhia visualiza amplo terreno a ser explorado.
Segundo ele a premissa é fornecer as melhores soluções de mobilidade e um “enxoval de manutenção”, preditiva e corretiva, telemetria, além dos combos, que podem ser compostos por carreta, caminhão, máquina e utilitário, por exemplo.
Outro trunfo está na diversidade do portfólio. Leite ressaltou que mesmo no caso dos implementos, embora a Randoncorp detenha metade do negócio, há oferta multimarcas dos produtos: “Existem casos em que o cliente precisa customizar ou prefere outra marca mesmo. Sem contar que há tipos de produtos que a Randon não produz”.
Sobre as iniciativas das montadoras o executivo avaliou que cada fabricante possui seu projeto em uma gama de maturidade: “Vi ao longo de 2023 diversas delas com bom desempenho. Acredito que há espaço para todo mundo”.
No ano passado, de acordo com o CEO da Addiante, 10% dos 108 mil caminhões comercializados no mercado brasileiro foram para as locadoras: “Este porcentual nunca foi tão elevado, sempre esteve de 5% a 6%. Pela primeira vez na história a terceirização de frotas ocupou dois dígitos dentro do ambiente de produção de caminhões no Brasil”.
Leite citou que uma das vantagens da locação que tem sido percebida por embarcadores e operadores logísticos é a redução dos custos, justamente pelo maior cuidado que se tem com o ativo e com o condutor. A economia, afirmou, oscila de 10% a 25%.
Quanto aos setores em que a Addiante está mais presente o agronegócio lidera, e a logística rodoviária para escoar a safra deve continuar puxando a demanda em 2024. Porém há também setores em que a companhia está estreando, como saneamento e eletricidade, além do last mile.
A empresa só não faz negócio com autônomos e não oferta a mão de obra dos veículos, como motoristas e operadores, embora esse também seja um mercado que está despontando na esteira do crescimento da locação.