Rede de lojas de autopeças e acessórios investe US$ 5 milhões em terreno onde construirá novo centro de distribuição, que consumirá até três vezes esse valor
São Paulo – Há onze anos no Brasil a AutoZone vem crescendo ao ritmo de 30% a 40% ao ano, principalmente depois da pandemia, na esteira da disparada na venda de veículos usados e seminovos e por causa da maior demanda pela manutenção dos carros. E está investindo US$ 5 milhões na aquisição de terreno em Paulínia, SP, para a construção de um novo centro de distribuição, já em obras, que exigirão aporte equivalente a duas ou três vezes este valor ao longo de 2024. A perspectiva é que seja inaugurado até dezembro.
Foi o que contou à Agência AutoData o presidente da AutoZone no Brasil, Maurício Braz. Se no princípio havia apenas oito lojas, durante os seis anos iniciais no País, que foram espécie de laboratório para entender como o mercado e o consumidor brasileiro funcionam, em 2017 o crescimento foi acelerado e, hoje são 107 revendas de autopeças e acessórios em sete estados. Até o fim do ano a proposta é alcançar 150 unidades nessas mesmas regiões, que abrangem São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás, a fim de fortalecer sua presença.
“Percebemos, na pandemia, que o Brasil detém mercado muito resiliente. Até porque operamos com itens de necessidade, uma vez que os carros precisavam continuar rodando.”
Segundo ele, passado este período, o negócio continuou a se expandir em um perfil semelhante, com menos itens na cesta e mais focado em produtos de entrada, e a oferta foi adequada a essa procura. Tanto que a rede possui o propósito de constantemente diversificar o portfólio, assegurou o executivo, com opções de produtos que equilibram menor tempo de garantia para chegar a um preço menor, por exemplo, além de itens de qualidade superior, equivalente à das OEMs, e da linha premium:
“Estamos sempre abertos para experimentar novos produtos. Inclusive temos itens de marcas próprias da AutoZone fabricadas na China, que representam em torno de 15% das vendas”.
Neste cenário a empresa vê com otimismo moderado as perspectivas de retomada da economia, redução de juros e maior acesso ao crédito. E a aposta do retorno financeiro se dá mais sobre o crescimento da rede e a maior penetração no mercado do que, de fato, no avanço econômico: “Como nosso crescimento é orgânico seguimos projetando o crescimento de dois dígitos de 30% a 40%, pelo menos”.
Expansão e relação de confiança
Hoje, a operação brasileira, composta apenas por lojas próprias, emprega 1,3 mil funcionários no varejo e nos escritórios, além de outros duzentos no centro de distribuição, diretos e indiretos. O CD opera em ambiente alugado de 16 mil m2 e comporta até 40 mil itens. A sede própria dobrará o espaço para 35 mil m2. A expectativa é fechar o ano com pelo menos 2 mil empregados, considerando próprios e terceirizados.
“Estamos em um negócio cujo propósito é atender ao cliente, identificar sua necessidade de locomoção e reparar seu meio de transporte, independentemente de sua demanda, que se for por peças de veículos elétricos atenderemos. Nos Estados Unidos, onde temos mais de 6,5 mil lojas, já fazemos isso.”
Braz enfatizou que o propósito da empresa é compreender o que o proprietário do veículo precisa e focar em oferecer orientação, mais do que vender a peça. O plano é estabelecer relação de confiança e, por isto, alguns serviços são gratuitos, como teste de bateria.
“Costumo dizer que somos distribuidores de nós mesmos. Temos nosso CD, distribuímos para as lojas, onde falamos com o mecânico e com o cliente final adepto do faça você mesmo.”
Para dar apoio à ampliação da atividade em meio à expectativa de retomada do mercado de 0 KM o presidente da AutoZone avaliou que há espaço para os dois, tanto o novo como o usado. E que o carro novo hoje será seu cliente daqui a alguns anos.
“Somos a loja de proximidade e, por enquanto, o cliente pode dizer: há uma loja AutoZone na minha cidade. Mas queremos que ele diga em breve: há uma loja AutoZone no meu bairro.”