Apesar do avanço de 10,3% na produção Abraciclo segue com expectativa de alta de 7,4% ao longo deste ano, para 1 milhão 690 mil unidades
São Paulo – Saíram das linhas de produção da Zona Franca de Manaus, AM, 438 mil motocicletas durante o primeiro trimestre. O volume supera em 10,3%, ou em 41 mil unidades, o total fabricado no mesmo período em 2023. Trata-se do melhor desempenho para os três primeiros meses de um ano desde 2012, de acordo com dados da Abraciclo divulgados na quarta-feira, dia 10.
Apesar do resultado positivo, atribuído ao crescimento do PIB, à desaceleração da inflação e à queda no desemprego o presidente da Abraciclo, Marcos Bento, afirmou que a entidade prefere manter a projeção de alta de 7,4% para 2024, com 1 milhão 690 mil unidades, o maior patamar desde, pelo menos, 2015.
Cerca de 80% das motocicletas produzidas de janeiro a março foram de entrada, de até 160 cm3 de cilindrada, totalizando 349 mil unidades, quantidade que supera em 11,2% a do primeiro trimestre do ano passado.
Quase a metade dos veículos, 49% ou 214,2 mil, são da categoria street, ou seja, de uso urbano. O volume está 7,5% acima do produzido de janeiro a março de 2023. Com relação à motorização 284 mil unidades, ou 65% do total, eram flex, alta de 8,4%. Vale ressaltar que, embora em menor número, 153,5 mil, versões a gasolina avançaram 14%.
Quanto aos emplacamentos somaram, no primeiro trimestre, 432,4 mil motos, 21,1% a mais do que no mesmo período do ano passado, o que representou incremento de 75,2 mil unidades. O resultado também foi o melhor observado para os três primeiros meses de um ano desde 2012.
“Temos sentido uma continuidade de demanda por mobilidade logística urbana, ou seja, pelo delivery, que segue forte.”
Embora tenha dito que não é possível identificar quantas vendas tenham sido para essa finalidade o dirigente acredita que a contribuição é significativa. Dados que apontam para isso são o fato de a maior demanda continuar sendo por modelos de entrada: “Crescemos muito na pandemia pelo fator da mobilidade urbana, que tem preço de aquisição mais baixo. Trata-se de uma moto que é usada como veículo de geração de renda. E vemos indícios de que deverá continuar”.
Os modelos 0 KM mais licenciados no primeiro trimestre foram os de baixa cilindrada, com 125,8 mil unidades, o que correspondeu a 82,4% do mercado. A média diária de vendas no mês passado, com vinte dias úteis, foi de 7,6 mil unidades.
O cenário econômico com o movimento de queda dos juros também colaborou com o aumento das vendas financiadas, que passaram de 34% para 37% no comparativo dos primeiros trimestres de 2023 e 2024. Nesse mesmo período a modalidade de consórcio também avançou, de 30% para 35%.
Quanto às exportações houve retração de 8,7%, com 9,3 mil unidades. Ao considerar apenas março, no entanto, houve reação de 45,5% ante o mesmo mês de 2023, 4 mil unidades, incremento de 46,7% ante fevereiro.
O setor agora aguarda apenas o desenrolar da reforma tributária no Congresso, aguardando o projeto que o governo encaminhará com relação às leis complementares.
“É importante ressaltar que 2023 foi um importante ano com relação à segurança jurídica, o que é primordial ao nosso investidor. Agora queremos que seja assegurada a competitividade do segmento de duas rodas na Zona Franca de Manaus até 2073.”