Marca foca em oferecer bom pacote com os preços mais baixos da categoria, de R$ 90 mil a R$ 107 mil, para lançar o terceiro modelo do projeto C-Cubed
São Paulo – Desde que começou a produzir no Brasil, na fábrica de Porto Real, RJ, os modelos do projeto C-Cubed, começando pelo novo hatch C3, em 2022, passando pelo remodelado SUV de cinco e sete assentos C3 Aircross, em 2023, a Citroën sempre posicionou seus carros no que chama de acessibilidade, termo que define carros simples, com bom pacote de equipamentos e os preços mais baixos de suas categorias. Isto não muda com o SUV-cupê Basalt que chega neste outubro às 174 concessionárias da marca, mas surpreende um pouco mais.
Ao contrário do que era esperado o Basalt não é o carro mais caro da nova família de produtos Citroën no mercado brasileiro: o modelo, que chega em três versões e uma adicional limitada de lançamento, trafega na faixa de preços de R$ 90 mil a R$ 107,4 mil e fica, assim, em posição intermediária na tabela: é mais caro do que o hatch C3 de entrada que começa em R$ 77,6 mil – mas vai a R$ 96 mil com motor turboflex – e mais barato do que a linha do Aircross, que com cinco lugares parte de R$ 116 mil e com sete assentos chega a R$ 118 mil, equipada unicamente com o motor 1.0 turbo de 130 cv.
Para emplacar um preço inicial sem competição na categoria dos SUVs compactos no País a versão de entrada do Basalt, denominada Feel, é equipada com o econômico motor aspirado 1.0 Firefly de 75 cv e câmbio manual de cinco marchas – outra surpresa deste lançamento. O mesmo conjunto já equipa diversos modelos de entrada do Grupo Stellantis, como Citroën C3, Peugeot 208 e Fiat Argo, mas o que surpreende é que pela primeira vez está sendo usado em um SUV – segundo o fabricante com bom resultado pois o Basalt não pesa muito mais do que um hatch.
As duas outras versões usam o potente e eficiente motor 1.0 turbo de 130 cv com câmbio automático CVT, que também têm preços abaixo da concorrência dentre os SUVs compactos disponíveis no mercado – tanto em comparação com produtos de outros fabricantes, como Renault Kardian, Nissan Kicks e Volkswagen Nivus, como também com relação à competição interna no mesmo grupo, de carros equipados com a mesma motorização turboflex produzida pela Stellantis em Betim, MG, como o Peugeot 2008 e os Fiat Pulse e Fastback. Com isto o Basalt torna-se porta de entrada para a categoria SUV.
Estratégia reafirmada
Felipe Daemon, vice-presidente da Stellantis que há três meses assumiu o comando da Citroën na América do Sul, afirma que o Basalt endossa a estratégia global da marca de se posicionar no mercado com preços de entrada sem retirada de equipamentos: “Este posicionamento extremamente competitivo mostra a importância que a Citroën dá à acessibilidade de seus produtos, sem abrir mão de estilo e conforto que até então só estava disponível em modelos superiores”.
Daemon não divulga as expectativas numéricas de vendas do Basalt mas reconhece que o modelo tem potencial para tornar-se o mais vendido da marca no mercado brasileiro devido a alguns diferenciais: para ele deve chamar a atenção do consumidor as características inéditas do design SUV-cupê, o primeiro da marca, que embala pacote bastante completo de equipamentos a preços mais acessíveis que os da concorrência.
O desenho inédito do carro, apesar de ter inspiração longínqua no GS Basalt, lançado na França, em 1978, mistura com rara elegância contemporânea o ar robusto de um SUV com a esportividade da silhueta de um cupê, inclinada na traseira, observa Daemon: “O Basalt chega para fazer história para a Citroën no Brasil com seu estilo único que conserva as qualidades de conforto e preço acessível da marca. Por isto esperamos por um desempenho significativo de mercado”.
A expectativa é que o Basalt ajude a Citroën a sair da incômoda décima-terceira posição de vendas do mercado brasileiro, com participação inferior a 1,5% e apenas 21,8 mil unidades vendidas de janeiro a agosto.
Mais capricho
Projetado pelas equipes de design e engenheira do Grupo Stellantis América do Sul sediados no Design Center e no Tech Center de Betim, MG, que desde 2021 assumiram o desenvolvimento global da família de produtos C-Cubed e da plataforma CMP – que será aplicada não só a produtos Citroën mas também serve de base para modelos de outras marcas do fabricante –, o Basalt parece ter recebido mais tempo e atenção caprichada do que os demais membros da sua família.
Segundo Márcio Tonani, vice-presidente da Stellantis responsável pelo Tech Center, trabalham dedicados à plataforma CMP quatrocentos engenheiros e técnicos, integrados com os 6 mil profissionais de desenvolvimento de produtos do fabricante na América do Sul. O Basalt, de acordo com o engenheiro, passou por 1,3 mil ensaios físicos e virtuais e os protótipos rodaram 1 milhão de quilômetros em testes na região.
“O objetivo foi conectar o carro com o mercado brasileiro e assegurar as características históricas da marca, como a suspensão flying carpet que garante dirigibilidade e suavidade únicas.”
Assim a engenharia projetou novos eixos e suspensão para o Basalt, e agregou à composição da carroceria 30% de aços de alta resistência, 20% de ultra alta resistência e 7,5% de peças estampadas a quente, o que garante menos movimentações torcionais para mais segurança e menos vibração na cabine.
Dentre as conquistas promovidas pelo desenvolvimento no Brasil Tonani garante que o Basalt tem o ar-condicionado mais potente do mercado, o maior espaço interno dos SUVs compactos e o mais bem ajustado comportamento dinâmico, bastante conveniente para as versões Feel e Shine Turbo 200 que adotam a motorização 1.0 turboflex mais potente disponível, de 130 cv, que trabalha com câmbio automático CVT que simula sete velocidades.
Segundo medições do fabricante este conjunto leva o carro de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos e chega à velocidade máxima de 199 km/h, o que torna o Basalt mais rápido do que a Citroën identifica como sendo seus principais concorrentes: o Renault Kardian e o Nissan Kicks.
De acordo com medições do Inmetro divulgadas pelo fabricante o powertrain do Basalt também entrega números de consumo melhores que os dos dois concorrentes e bastante eficientes: com etanol 8,3 km/l na cidade e 9,6 km/l na estrada, com gasolina a mesma relação é de 11,9 km/l e 13,7 km/l.
Bom nível de conforto
A engenharia da Stellantis no Brasil também entregou dimensões que proporcionam bastante espaço interno. Por fora o carro tem 4m34 de comprimento, 2m00 de largura e 1m58 de altura, com distância entre-eixos de 2m64, também maior que a dos dois concorrentes. Estas medidas conferem bom conforto para pernas e cabeças dos ocupantes do banco de trás. O caimento da carroceria SUV-cupê também proporciona o maior porta-malas da categoria, com 490 litros.
Ao contrário dos outros dois membros da linha C-Cubed no País, o C3 e o Aircross, o Basalt tem lista de equipamentos menos mesquinha: são de série desde a versão mais barata rodas de liga leve de 16 polegadas, câmara de ré, monitoramento da pressão dos pneus, quadro de instrumentos digital colorido, alarme com comando na chave canivete, airbags laterais, faróis com luzes diurnas de LED, assistente de partida em rampa e tela central sensível ao toque de 10 polegadas que reúne controles de infoentretenimento do veículo, conectável com smartphones via Android Auto ou Apple Car Play (veja mais abaixo lista completa de preços e itens de série).
O ponto negativo do interior do Basalt segue sendo o mesmo painel compartilhado com os outros irmãos da família, produzido com plástico duro e apliques ocos que bem poderiam oferecer qualidade perceptível melhor ao consumidor para fazer jus ao bom trabalho executado pela engenharia e design da Stellantis no Brasil.
VERSÕES E PREÇOS
>> Citroën Basalt Feel 1.0 Firefly 75 cv MT cinco marchas – R$ 89 mil 990
Principais itens de série: • Quadro de instrumentos digital colorido de 7” programável • Airbags frontais e laterais dianteiros • Citroën Connect Touchscreen de 10” com Android Auto e Apple Carplay sem fio com comandos no volante • Câmera de ré • Três entradas USB • Luzes de condução diurna de LED • Seis alto-falantes • Ar-condicionado • Banco do motorista e volante com regulagem de altura • Vidros dianteiros e traseiros com acionamento elétrico por toque único• Rodas liga-leve 16” de com pneus 205/60 • Travas elétricas com acionamento por telecomando da chave canivete • Alarme • Bocal de abastrecimento com destravamento elétrico.
Todos os itens da versão Feel Turbo 200 mais: • Ar-condicionado digital • Sensor de estacionamento traseiro • Rodas de liga-leve de 16” diamantadas • Faróis de neblina • Limitador e controlador de velocidade • Bancos e volante com revestimento premium • Encostos de cabeça traseiros laterais com abas de apoio • Protetor dianteiro e traseiro. > Opcional: Pintura bitom com teto Perla Nera.
Todos os itens da versão Shine mais: • Logotipos First Edition • Faixa preta entre as lanternas • Pintura Branco Nacré Perolizada exclusiva • Rodas de liga-leve de 16” escurecidas • Soleiras metalizadas • Pedaleiras exclusivas • Tapetes exclusivos • Pintura bitom com teto Perla Nera.