São Paulo – A Kia tem interesse em participar do Salão do Automóvel, que voltará a ser realizado em 2025, no Anhembi, em São Paulo, sete anos após a última edição ali, em 2018. Mas as condições apresentadas pela RX, empresa organizadora, durante reunião com José Luiz Gandini, empresário responsável pela operação da Kia no Brasil, fizeram com que a marca recuasse e desistisse, inicialmente, de estar presente ao evento:
“A Kia participou de todos os salões desde que chegou ao Brasil, e eu queria que participássemos este ano, mas a RX está cobrando cerca de 60% a mais das empresas que não são associadas à Anfavea e isto impossibilita a presença da Kia e de outros marcas”.
Segundo Gandini o espaço disponível ofertado também é menor, mesmo sendo mais caro: as associadas à Anfavea terão espaço total de 500 m² e as não associadas pagarão mais por 400 m², sendo que todas podem levar, no máximo, cinco carros para expor. O tamanho do estande para receber clientes e convidados não pode ser maior do que 120 m² e isso vale para todas as marcas.
As condições apresentadas não fazem sentido, segundo Gandini, que ainda deseja reverter este cenário para conseguir participar: “Não quero nada diferente das associadas à Anfavea, quero condições iguais. Se isto acontecer com certeza a Kia participará do evento”.
O empresário disse que este ano, com alta do dólar e aumento do imposto de importação, 25% para veículos híbridos e 18% para elétricos, porcentuais que crescerão nos próximos meses, o ano será desafiador e requer um controle de caixa ajustado, com contenção de custos, mais um ponto que dificulta gastar mais do que outras marcas para participar do mesmo evento.
Gandini propõe que a Abeifa, entidade que representa as empresas importadoras de veículos no Brasil, se disponha a negociar com RX e Anfavea para solucionar o problema, uma vez que quanto maior o número de marcas no evento maior será o retorno do Salão do Automóvel:
“Eu entendo que a RX e as entidades precisam sentar para solucionar esta questão, uma vez que a Kia, associada da Abeifa, quer participar do evento mas não está conseguindo negociar de forma justa”.
A BYD, também associada da Abeifa, participará do evento mas, como está construindo fábrica no Brasil, investirá o mesmo valor que as montadoras associadas à Anfavea.
O presidente da Abeifa, Marcelo Godoy, que também é presidente da Volvo Cars, disse que como entidade ele fará o possível para reverter a situação, mas como marca a decisão da Volvo é de não participar do evento, pois acredita que existem outras alternativas para se aproximar do seu público alvo e mostrar as tecnologias de eletrificação presentes em seus veículos.
As outras associadas da Abeifa também não demonstraram interesse em participar do evento até o momento, afirmou Godoy