São Paulo – Os primeiros atos de Antonio Filosa como CEO global da Stellantis miram as operações dos Estados Unidos e, especialmente, da Europa. Foi no Velho Continente que o italiano passou os primeiros dias após ser anunciado no novo cargo, o qual ainda não assumiu oficialmente, o que deve ocorrer no fim do mês.
Segundo a publicação La Tribuna de Automación, da Espanha, um dos planos, ainda em fase de esboço é reestruturar a rede de concessionárias europeias. As marcas premium da Stellantis, DS, Alfa Romeo e Lancia, deverão deixar de ter rede própria e compartilhar showroom com outras marcas de volume, a exemplo do que já ocorre com a Abarth, na Fiat. No caso, DS na rede Citroën e Alfa Romeo na rede Fiat.
O objetivo é elevar a rentabilidade e atrair novos investidores para regiões em que, atualmente, não têm a cobertura ideal. Como no Brasil, onde Filosa permaneceu até o fim de 2023, e que deixou boa impressão com os parceiros de varejo.
Para o concessionário Fiat José Maurício Andreta Júnior a experiência do italiano como CEO foi positiva. Ele celebrou o fato de Filosa ser alçado a CEO global:
“Ele foi o grande responsável por levar a Fiat para a situação de hoje, líder no mercado no Brasil. Filosa sabe formar equipes, se relacionar com seus colaboradores e com a rede, sendo simpático e competente. Conversei com outros concessionários Fiat e todos ficaram felizes com a nomeação do Filosa”.
O presidente da Abracaf, a associação que representa a rede Fiat no Brasil, José Tajra Sobrinho, reforçou que o executivo sempre teve uma relação muito positiva com a rede e manteve canal direto de comunicação, ouvindo sugestões e demandas:
“Havia um diálogo sincero, inclusive nos momentos mais difíceis, como no auge da pandemia. Ele sabia escutar, sabia filtrar, e nós temos convicção de que ele levava em consideração o resultado desse contato direto com a Abracaf para a tomada de decisões. No dia a dia esta proximidade se traduzia em participação, os concessionários eram chamados a opinar, a Abracaf era envolvida nas conversas estratégicas, e isso dava segurança à rede para seguir apostando na marca”.
Para Andreta um dos desafios de Filosa será fortalecer a operação das marcas Peugeot e Citroën no Brasil e em outros mercados, pois são duas marcas que podem entregar resultados melhores do que os atuais.
Mais desafios
A publicação espanhola citou outros desafios no caminho de Filosa. Um deles é se permanecerá a política de fornecimento de peças da Stellantis: hoje são exigidas cotações em países de baixo custo de produção, independentemente de onde esteja localizada a fábrica.
Outro ponto de atenção é a recuperação da Stellantis nos Estados Unidos, mercado onde a empresa tem registrado recuo nas vendas desde a gestão de Carlos Tavares, ex-CEO global, em um cenário de estoques altos. No ano passado as vendas da Stellantis nos Estados Unidos caíram 14,6%, de acordo com a publicação.


