São Paulo – As exportações de 40,6 mil veículos em outubro representaram tombo de quase 23% sobre setembro e recuo de 6,8% na comparação com o mesmo mês de 2024. As vendas externas do setor tiveram o segundo pior mês do ano, só perdendo para janeiro, o que interrompeu um ciclo constante de altas mensais mas não abalou o desempenho exportador robusto do setor este ano.
De janeiro a outubro houve crescimento de 43,8% nas exportações de veículos, com 471,4 mil unidades embarcadas, o que representou 21,1% da produção nacional no período, segundo dados divulgados pela Anfavea, a associação dos fabricantes, nesta quinta-feira, 13.
A queda de outubro, segundo o presidente executivo da Anfavea, Igor Calvet, foi causada por um fator específico: a não renovação do acordo comercial com a Colômbia, que terminou em setembro com o fim da cota de isenção para até 50 mil unidades importadas do Brasil e a retomada do imposto de importação de 16,1%. Mas este revés teve curta duração, pois os governos dos dois países já negociaram a prorrogação da cota isenta por mais doze meses.
“Com a prorrogação do acordo os embarques para a Colômbia vão ser retomados em breve e o desempenho das exportações deve se recuperar”, afirmou Calvet.
Mesmo que o volume de exportações de outubro, abaixo da curva de alta verificada nos últimos meses, seja repetido nos dois meses que faltam para terminar o ano, já será suficiente para alcançar a projeção anual da Anfavea, que estimou para 2025 o embarque de 552 mil veículos brasileiros para outros países, em alta de 38,4%. Faltam 80,6 mil unidades para que a previsão seja alcançada e, por isto, a expectativa é de superar a estimativa, com crescimento acima dos 40%.
Maiores mercados externos
Apesar da queda pontual dos negócios em outubro houve crescimento das vendas para a maior parte dos principais países compradores de veículos brasileiros. A Argentina segue como cliente numero 1, com a importação de 275,3 mil unidades em dez meses, anotando o maior crescimento porcentual dentre todos os países, de 113% na comparação com o mesmo período de 2024.
Mesmo com a interrupção momentânea do acordo comercial a Colômbia foi até outubro o terceiro maior mercado externo para as exportações brasileiras de veículos: foram embarcados para lá, de janeiro a outubro, 38,9 mil unidades, o que significou avanço de 38% sobre igual intervalo do ano passado.
O Uruguai foi até outubro o quarto maior cliente externo com a compra de 28,2 mil veículos brasileiros em dez meses, em alta de 8% sobre 2024, e o Chile ficou em quinto, com 22 mil importações, mas mostrando recuperação importante, com crescimento de 36,2% nos embarques este ano, após a retração do ano passado.
Dos maiores mercados o México, segundo maior comprador de veículos do Brasil, foi o único que apresentou queda nos embarques, de 17,3%, com 66,5 mil importações.



