BYD supera os 100 mil veículos elétricos vendidos no Brasil

São Paulo – Em pouco mais de três anos no Brasil a BYD alcançou a marca de 100 mil veículos elétricos emplacados. O número supera em mais de sete vezes a segunda colocada no ranking de veículos a bateria, segundo a empresa, além de ser quase o triplo da soma dos veículos comercializados no mesmo período pelos concorrentes até a décima posição da lista, segundo dados da Fenabrave.

Para a empresa um dos acertos foi a chegada dos modelos de entrada BYD Dolphin e BYD Dolphin Mini, que abriram as portas da mobilidade elétrica para novos públicos em todo o país. Não à toa o pódio dos mais vendidos da marca é dominado por eles: o mais comercializado foi o Dolphin Mini, com 48,3 mil unidades, seguido do Dolphin GS, com 26,9 mil, e do Dolphin Plus, com 7,4 mil.

O quarto lugar dos 100% elétricos da marca foi do Seal, com 7,1 mil unidades. O Yuan Plus, com 4,9 mil, foi o quinto.

A empresa, que recentemente inaugurou fábrica em Camaçari, BA, para inicialmente realizar a montagem de veículos em SKD, já conta com duzentas concessionárias em todos os estados, número que subirá para 250 dentro nos próximos meses

Komatsu terá nova sede em Contagem no segundo semestre de 2026

São Paulo – A Komatsu, fabricante de equipamentos para mineração, construção e para uso florestal, prevê a inauguração de sua nova sede em Contagem, MG, para o segundo semestre de 2026. O objetivo da empresa é preparar-se para atender à expansão prevista do setor de mineração nos próximos anos.  

O espaço, composto por três prédios principais, substituirá as operações hoje localizadas em Belo Horizonte e Lagoa Santa, MG: o administrativo, já em construção, o almoxarifado, com início de obras previsto para ainda este ano, e o prédio fabril, que abrigará o Centro de Recondicionamento de Componentes.

Com mais de 50 mil m² de área total o novo endereço reunirá cerca de 750 trabalhadores. Para tanto foi anunciada em 2024 a injeção de R$ 168 milhões. Durante a fase de construção a empresa estima a geração de até 350 vagas temporárias.

Também estão sendo aportados outros R$ 42 milhões para a ampliação do Centro de Remanufatura, o que inclui a duplicação do galpão de workshop para cerca de 10 mil m² e a incorporação da remanufatura de motores e transmissões, atualmente realizada na fábrica da Komatsu em Suzano, SP.

A ideia é permitir a reforma de componentes de tratores de esteira, escavadeiras hidráulicas e outros equipamentos fabricados no Japão, aproximando a operação dos clientes, reduzindo custos logísticos e facilitando visitas técnicas e reuniões presenciais.

Lucro líquido da Localiza&Co cresce 7% no terceiro trimestre

São Paulo – O lucro líquido da Localiza&Co avançou no terceiro trimestre 7,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 871 milhões. A receita líquida, R$ 10,7 bilhões, cresceu 11% de julho a setembro com relação a igual período de 2024.

As divisões de negócios de aluguel de carros e gestão de frotas também aumentaram seus faturamentos líquidos, respectivamente, 6,2% para R$ 2,6 bilhões e 6% para R$ 2,2 bilhões.

O EBITDA ajustado consolidado, de R$ 3,5 bilhões, apresentou alta de 6,8%. No EBIT o crescimento foi de 11,2%, para R$ 2,3 bilhões. O ROIC anualizado do terceiro trimestre alcançou 15,4%, com spread de 5,3 pontos porcentuais, em linha com o objetivo da companhia de recomposição dos níveis de retorno.

Segundo o CFO da Localiza&Co, Rodrigo Tavares, os resultados do período, quando ajustados aos efeitos da redução do IPI, demonstram o progresso consistente: “Seguimos implementando nossa estratégia com disciplina e foco na transformação contínua”.

A venda de carros seminovos registrou receita líquida de R$ 5,8 bilhões, 14,6% acima do período de julho a setembro do ano passado. A rede soma 247 lojas em 132 cidades e o foco, a partir de agora, estará na gestão de produtividade, com o objetivo de avançar no processo de escalada diminuir a idade média da frota da divisão de aluguel de carros.

BNDES retoma protagonismo com R$ 10 bilhões em financiamentos

São Paulo – O BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, voltou a ocupar posição central no financiamento da indústria automotiva brasileira, consolidando desde 2023 volume de recursos que supera R$ 10 bilhões – mais do que o dobro dos três anos anteriores. Todo o planejamento do banco para o setor foi apresentado por Bruno Plattek de Araújo, seu gerente do Departamento de Indústrias Intensivas em Tecnologia e Conectividade, durante o Congresso AutoData Perspectivas e Tendências 2026.

Os investimentos estão fortemente alinhados com a política de neoindustrialização do governo federal, que coloca o setor automotivo como fundação estratégica do desenvolvimento industrial do País. Do valor total aprovado pelo menos R$ 2 bilhões estão destinados especificamente a projetos de hibridização, desenvolvimento de novos veículos e máquinas agrícolas movidas a etanol.

“Estamos muito em contato com as empresas. Além da Volkswagen outras estão fazendo financiamento pelo Programa Mais Inovação para desenvolvimento de tecnologias híbridas, ligadas à descarbonização.”

O Programa Mais Inovação emerge como um dos principais instrumentos do banco para o setor. Além do apoio direto às montadoras o programa oferece R$ 10 bilhões para a linha Bem de Capital 4.0, dedicada à modernização do processo produtivo por meio da aquisição de máquinas e equipamentos.

A taxa oferecida é a TR, Taxa Referencial, significativamente mais competitiva do que as linhas tradicionais de mercado. “Importante dizer que isto não é crédito direto apenas. Ele está rodando mais no indireto do que no direto”, destacou Araújo, referindo-se ao acesso via agentes financeiros, fundamental para micro, pequenas e médias empresas da cadeia de autopeças.

Linhas de crédito

Outro destaque é o Fundo Clima, que saltou de uma operação de R$ 300 milhões a R$ 400 milhões para uma escala de R$ 10 bilhões em 2024, com projeção de dobrar em 2025. O fundo, lastreado em captação externa do Tesouro Nacional, tornou-se veículo essencial para financiar projetos relacionados à descarbonização. O banco também registra carteira recorde no apoio a ônibus elétricos e sistemas de mobilidade urbana em municípios brasileiros.

Bruno Plattek de Araújo. Fotos: Bruna Nishihata.

No campo da pesquisa e desenvolvimento o BNDES lançou chamada para centros de P&D que recebeu mais de R$ 1 bilhão em propostas do setor automotivo. Paralelamente o banco mantém ativo o FNDIT, Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico, vinculado ao Programa Mover, que gerencia cerca de R$ 600 milhões anuais para projetos de P&D automotivo com recursos não reembolsáveis.

“Isto não é crédito: isto é recurso não reembolsável.”

O BNDES coordena especificamente o Programa Prioritário de Descarbonização da Mobilidade e Logística, com carteira superior a R$ 100 milhões em projetos atualmente em análise.

Acelerar a descarbonização

A entrada de montadoras com origem na China e o possível Acordo Mercosul-União Europeia são movimentos que podem acelerar os planos de descarbonização das montadoras aqui já estabelecidas e demandam qualificação da cadeia produtiva local. O banco mantém regras de conteúdo local para veículos pesados, incluindo normas específicas para eletrificação e hibridização, constantemente revisadas para direcionar demanda à cadeia nacional.

O financiamento de veículos pesados, historicamente uma fortaleza do BNDES, chegou a responder por 70% das vendas de caminhões e ônibus no País. O custo elevado do Finame tradicional, baseado na TLP, afetado pela Selic e perspectivas inflacionárias, limita atualmente essa atuação: “Hoje não se tem uma discussão concreta para a revisão da TLP”.

Como alternativa, o banco oferece o Fundo Clima e a recém-lançada LCD, com isenção de imposto de renda e custo abaixo da TLP.

O banco também estruturou o programa Brasil Mais Soberano, voltado a exportadores impactados por tarifas, com mais de trinta operações em andamento só no departamento de Araújo. Há ainda retomada significativa do financiamento pré-embarque para exportação de veículos pesados.

O BNDES também possui linhas de crédito para a produção de componentes para veículos elétricos, especialmente baterias. O desafio, segundo ele, está em “fechar o gap de investimento para conseguir adensar um pouco a parte de cadeia de eletrificação no Brasil”. O banco lançou chamada específica para minerais estratégicos, incluindo terras raras, tema que Araújo classifica como “bem quente” do ponto de vista de investimento.

“Aprendemos com os principais industriais, com o Sindipeças e com a Anfavea que o futuro, aqui, passa pelo uso da bioeletrificação. Ele é elétrico, mas ele também é biocombustível”, concluiu o executivo, deixando claro o direcionamento estratégico do banco para os próximos anos.

Santiago Chamorro deixa a General Motors

São Paulo – O presidente e diretor geral da General Motors América do Sul, Santiago Chamorro, decidiu deixar a companhia para buscar uma nova oportunidade profissional, de acordo com comunicado divulgado na segunda-feira, 17. Ele permanece até 31 de janeiro de 2026 e terá seu sucessor anunciado em breve.

O colombiano está há três décadas na GM e ocupa o posto de liderança na região desde 2021, quando sucedeu a Carlos Zarlenga. Foi também presidente da GM do Brasil, da Colmotores, na Colômbia, e passou por outros cargos na região e na matriz, em Michigan.

“Tenho grande satisfação por ter assegurado o apoio corporativo necessário para anunciar novos investimentos, introduzir veículos com tecnologias avançadas, como híbridos e elétricos, firmar acordos trabalhistas estratégicos para ampliar a eficiência, fortalecer a liderança da GM em conectividade com o OnStar e defender a reindustrialização no Brasil e na Argentina.”

Pré-venda do WR-V supera as expectativas da Honda

Xangri-lá, RS – A primeira impressão do novo Honda WR-V, que começa a chegar às concessionárias por R$ 149,9 mil na versão de entrada EX, é que a empresa estava atirando no seu campeão de vendas, o HR-V, que soma 51,9 mil emplacamentos de janeiro a maio. O novo modelo tem dimensões parecidas, porta-malas maior e preço mais baixo: quem compraria o HR-V?

E os primeiros resultados do WR-V surpreenderam. Na pré-venda de um mês foram 2 mil 371 negócios fechados, segundo Ariel Mógor, gerente de marketing e relações públicas da Honda: “Não é o número de leads gerados, são vendas efetivas, compradores que fecharam negócio sem nem mesmo ver o carro de perto. Nossa meta para o período foi alcançada em cinco dias, 1 mil unidades”.

Mostra, na visão do executivo, a força da marca Honda e o poder da comunicação, pois a campanha de marketing sequer havia iniciado: os consumidores conheceram o carro pela divulgação na imprensa e nas redes sociais.

E após um contato mais próximo com o carro, em um percurso de Porto Alegre a Xangri-lá, RS, cidade onde a Honda mantém seu parque eólico, a reportagem da Agência AutoData compreendeu o planejamento da companhia: o comprador do WR-V é outro.

Claro, pode haver uma ou outra migração, mas o HR-V busca um público mais consolidado do segmento SUV e o WR-V herdará consumidores de outros segmentos, como dos hatches e sedãs. Seus acabamentos são mais simples do que os de seu companheiro de plataforma e fábrica de Itirapina, SP, e a própria dirigibilidade muda — embora quem estiver  sentado no banco do motorista logo perceba tratar-se de um Honda.

Mas a Honda não deixou de fora itens de segurança e conforto, como o Honda Sensing, seu pacote de tecnologias de auxílio à direção, e a tela multimídia, que é de 10 polegadas, maior que a do HR-V – algo que deve ser corrigido em breve.

A impressão após o teste drive de mais de 200 quilômetros é de que este será o novo Honda mais vendido no mercado brasileiro.

Mercedes-Benz vende 20 caminhões para o grupo Martins

São Paulo – A Mercedes-Benz vendeu 20 caminhões para o Grupo Martins, que utiliza veículos da montadora em sua frota há mais de cinquenta anos. O lote negociado envolveu dezenove unidades do Actros 2045 e uma do Atego 1719.

O concessionário Ingá Veículos, de Uberlândia, MG, foi o responsável por fechar o negócio: a sede do grupo fica na cidade.

DAF celebra 50 mil caminhões produzidos no Brasil

São Paulo – A DAF celebrou a marca de 50 mil caminhões produzidos na fábrica instalada em Ponta Grossa, PR. O veículo de número 50 mil que saiu da linha de produção foi um modelo XF, equipado com motor Paccar MX-13 de 530 cv de potência e transmissão automatizada Traxon de doze marchas.

O caminhão 50 mil da DAF foi vendido para a Transjordano.

Estudo alerta para necessidade de restringir veículos poluentes em São Paulo

São Paulo – Relatório da iniciativa True, The Real Urban Emissions Initiative, realizado em parceria com a Cetesb, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, e a CET, Companhia de Engenharia de Tráfego, aponta que São Paulo e outras cidades brasileiras deveriam retirar gradualmente de circulação seus veículos mais antigos simultaneamente à adoção de políticas públicas para enfrentar os altos níveis de poluição do ar.

Conforme o material, apresentado na sexta-feira, 14, em evento paralelo na COP 30, em Belém, PA, as emissões dos 7 milhões de veículos que circulam pela Região Metropolitana de São Paulo são o principal fator poluente do local e contribuem diariamente para a crise de saúde pública. O estudo incluiu 323 mil medições de emissões veiculares coletadas em nove pontos da região de maio a julho de 2024.

Os automóveis mais antigos, com mais de dezoito anos de uso, foram identificados como os principais emissores de poluentes, embora representem menos de 7% da amostra de veículos de passeio. As emissões reais de carros a gasolina da fase L3 do Proconve foram dezenove vezes superiores aos limites de HC, hidrocarbonetos, quatro vezes maiores que os de CO, monóxido de carbono, e o dobro dos limites de NOx, óxidos de nitrogênio, estabelecidos pelo Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores.

Caminhões a diesel fabricados antes da fase P3 do Proconve representaram cerca de 10% da amostra e apresentaram emissões reais de NOx e material particulado que foram, respectivamente, de cinco e doze vezes superiores às dos caminhões mais novos. Ainda assim mesmo os modelos mais recentes apresentaram emissões reais acima dos limites estabelecidos pelo programa.

Veículos que circulam em cidades prestando serviço poluem mais

Táxis e veículos de transporte por aplicativo, que representaram quase 30% da amostra de automóveis, emitiram o dobro de HC, CO e NOx em comparação aos carros particulares. Veículos de carga urbana, em grande parte responsáveis pelas entregas de última milha, apresentaram emissões reais de NOx e MP quase 30% superiores às dos caminhões convencionais de transporte de longa distância.

Os grupos de veículos com piores níveis de emissão, leia-se automóveis particulares com os motores Fiat 1.0L e Chevrolet 1.8L, certificados segundo a fase L6 Proconve, apresentaram, em média, emissões até 3,4 vezes superiores para HC, 1,5 vez para CO e 2,5 vezes para NOx em relação aos limites estabelecidos pelo Proconve. 

Já táxis e veículos de transporte por aplicativo equipados com esses mesmos motores exibiram emissões reais significativamente mais altas: mais de doze vezes os limites de HC, duas vezes os de CO e quase quatro vezes os de NOx.

Mudança requer estímulo público

As recomendações de políticas incluem retirar gradualmente de circulação os veículos mais antigos e mais poluentes, que representam parcela pequena da frota mas cuja substituição traria benefícios significativos. Além de promover a eletrificação por meio de iniciativas de sucateamento e incentivos fiscais que ofereçam estímulos financeiros.

Eletrificar grupos de veículos muito usados, como táxis, carros de aplicativo e caminhões de carga urbana, cujas emissões são elevadas, poderia gerar impacto expressivo na redução das emissões totais da frota. Assim como atualizar o Proconve com base no desempenho real de emissões dos veículos.

Mais: estabelecer inspeções nacionais de manutenção veicular a fim de reduzir as emissões de unidades não registradas na Região Metropolitana de São Paulo, mas que representaram cerca de 35% da amostra avaliada.

Veículos leves e pesados novos devem atender aos limites de emissão estabelecidos, respectivamente, nas fases L8, a partir de 2025, e P8, desde 2023, do Proconve, que precisará continuar evoluindo para reduzir ainda mais as emissões da frota.

Fiesp estima 1,9% de crescimento da economia em 2026

São Paulo – A economia brasileira deverá registrar em 2026 mais um ano de crescimento, com o PIB subindo 1,9% na comparação com 2025, depois de crescer 2,4% esse ano, puxado por setores menos sensíveis as altas taxas de juros, principalmente o agronegócio e a indústria extrativa. Por outro lado o avanço não será maior por causa do patamar da taxa Selic, novas tarifas impostas e redução da demanda global

Este cenário foi apresentado por Igor Rocha, economista chefe da Fiesp, Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, que participou do Congresso Perspectivas e Tendências, realizado por AutoData.

Igor Rocha, da Fiesp. Fotos: Bruna Nishihata.

Rocha acredita que sua previsão possa ser superada ao longo do ano, pois existem fatores que podem surpreender e que não são ainda possíveis de mensurar: “Não é que o PIB brasileiro pode crescer 4% no ano que vem, mas chegar a 2,2% ou 2,3% é totalmente factível”.

A taxa de desemprego é um fator que deverá ajudar no crescimento do País em 2026, pois está em 5,6% e deverá seguir neste patamar. Como já é uma das mais baixas nos países em desenvolvimento a tendência é se acomodar no ano que vem, pois é muito improvável que o Brasil consiga um porcentual menor. O economista avaliou o mercado de trabalho como muito aquecido, reduzindo o volume de pessoas com empregos informais.

Outro ponto destacado por Rocha foi o bom desempenho da moeda brasileira na comparação com outros países emergentes, sendo a terceira que mais valorizou até setembro de 2025. Com este resultado o economista espera que a taxa de câmbio feche em R$ 5,41 para cada US$ 1.

Para o ano que vem a expectativa da Fiesp é que o dólar fique em R$ 5,50, que a taxa Selic deverá recuar ao longo do ano e encerrar com 12,25% e que o IPCA fique em 4,2%.