Ônibus Marcopolo exportados para a Europa serão produzidos sobre chassi Volvo

São Paulo – A Marcopolo anunciou a Volvo Buses como sua parceira oficial no fornecimento dos chassis que serão usados nos ônibus exportados para a Europa. O retorno da empresa ao continente começará por França e Itália, os dois primeiros países que receberão os ônibus Marcopolo produzidos no Brasil.

A Volvo Buses produzirá o chassi B13R nas configurações 4×2 e 6×2 na Europa e os enviará ao Brasil. Aqui a Marcopolo fará a produção do ônibus com uma carroceria Paradiso G8 1200, atendendo a exigências europeias, para depois exportar o veículo pronto.

Toda a parte de pós-vendas será realizada pela rede Volvo instalada na França e na Itália.

Dez carros elétricos foram incendiados em testes com ABVE e Bombeiros

São Paulo – Dez veículos elétricos foram incendiados pela ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, e pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo, nos testes para saber qual a real intensidade do incêndio dos veículos e suas baterias. A conclusão, segundo Clemente Gauer, coordenador do grupo de trabalho sobre segurança da ABVE, é que o fogo gerado em um incêndio de carro elétrico é similar ao de um modelo a combustão.

As análises foram feitas por bombeiros de Franco da Rocha, SP, e divulgadas em painel do C-Move, Congresso da Mobilidade Verde e Veículos Elétricos, realizado em São Paulo. Foram testados também todos os tipos de bateria usadas nos veículos elétricos, uma vez que suas composições minerais são diferentes, e nenhuma apresentou incêndio mais intenso ou perigoso do que o de um carro a combustão.

No caso da bateria de LFP, fosfato de ferro-lítio, mesmo fazendo perfurações, apenas um grande volume de fumaça saiu, mas não chegou a pegar fogo. 

De acordo com Gauer a questão da segurança nas garagens dos edifícios foi um tema adiado por muito tempo, mas que ganhou força com o crescimento das vendas de veículos elétricos no País: “É o momento de atualizar, de garantir que as garagens tenham mais segurança. Mas não por causa do veículo elétrico, pois comprovamos que o incêndio dele é igual ao de um modelo a combustão”.

Tadeu Azevedo, CEO da Power2Go, fabricante de eletropostos, disse que o risco de um veículo elétrico pegar fogo é 60% menor do que um modelo similar a combustão. Mas quando ocorre o incêndio a liberação de calor é a mesma, e o volume de água demandado é de 3 a 5 mil litros, quantidade que é abastecida em um caminhão.

“O momento é de tranquilidade, pois as notícias dos testes são boas. Os bombeiros coletaram e documentaram muitas informações, entendendo que as estratégias para combater o incêndio de um veículo elétrico são parecidas com as que eles já usam em carros a combustão.”

Azevedo afirmou que as recargas nas garagens devem ser feitas sempre por meio de um wallbox conectado à rede elétrica do edíficio. Desta forma é possível garantir a segurança da operação. No caso de carregadores portáteis, que se conectam a tomadas comuns de 220V, a recarga não é recomendada e não deve ser autorizada. 

Com relação a possíveis danos na estrutura dos edifícios após o incêndio de um veículo elétrico o risco é o mesmo de qualquer outro carro, de acordo com dados coletados em outros países. Na Coréia do Sul houve um incêndio em uma garagem que atingiu quarenta carros elétricos e a estrutura do prédio não foi danificada, mesmo com oito horas de fogo. Em outros casos houve danos estruturais, então tudo depende da construção de cada prédio.

Após todas as informações coletadas a expectativa de Gauer e de Azevedo é de que o Estado de São Paulo seja o primeiro a publicar a regulamentação da infraestrutura necessária para a instalação de eletropostos nas garagens. O processo, porém, ainda deverá demorar alguns meses: o debate retornará a audiência pública e possíveis adequações podem ser solicitadas.

Toyota retoma a produção de modelos híbridos em novembro

São Paulo – A Toyota iniciará em 3 de novembro a retomada gradual da sua produção de veículos em Sorocaba e Indaiatuba, SP, interrompidas desde o temporal que atingiu e destruiu as instalações da fábrica de motores em Porto Feliz, SP. De início, com motores e o sistema importados do Japão, voltarão às linhas os Corolla Cross e Corolla híbridos e híbridos flex, para atender ao mercado brasileiro e de exportação.

Para janeiro está previsto o retorno da produção de toda a linha com motores a combustão, a gasolina e flex, também importados do Japão. O Yaris, que é exportado para a Argentina, também volta a ser montado em Sorocaba. Já o Yaris Cross, que seria lançado nas próximas semanas, ainda está sem previsão.

O início do retorno pelos híbridos se deu pelo fato de que muitos componentes do motor já eram importados do Japão, segundo o presidente Evandro Maggio: apenas algumas complementações eram feitas em Porto Feliz.

“Nosso objetivo era reativar rapidamente a cadeia de produção, voltar a abastecer a rede de concessionárias, voltar a fazer rodar as engrenagens. É o que consideramos mais importante.”

Os motores a combustão também serão fabricados no Japão. O prazo maior se deve à necessidade de ajustar o volume de produção na unidade asiática. Com relação ao Yaris Cross alguns componentes precisam ser trabalhados, disse Maggio: “O cabeçote é bem específico e precisamos ainda decidir em que local conseguiremos fazer. A decisão ficou para mais à frente”.

Junto com a produção dos híbridos, em novembro, retornam também todos os trabalhadores de Sorocaba e de Indaiatuba, após o período de férias emergenciais acertado com os sindicatos. Assim a suspensão temporária dos contratos de trabalho será aplicada apenas ao quadro de Porto Feliz, que ainda não tem previsão de retorno.

“Como o ritmo de retorno da produção ainda será gradual aproveitaremos para aplicar alguns treinamentos, fazer testes e reforço de qualidade para parte do quadro de trabalhadores. A ideia é que em fevereiro estejamos trabalhando a todo o vapor.”

Cronograma para Sorocaba mantido

Embora a produção tenha sido alcançada – e a Toyota ainda não divulga projeções de reduções de volume – o planejamento para inaugurar no segundo semestre de 2026 a segunda fábrica de Sorocaba permanece inalterado: “O cronograma está em dia”.

Maggio disse que os estoques da rede, dos produtos nacionais, devem estar no fim: “Nossos estoques costumam durar de oito a dez dias. Se não acabaram estão para acabar”.

Há diálogo com os concessionários, que seguem vendendo os produtos importados, como Hilux, RAV4, SW4 e Hiace. Maggio admite que poderá haver perda de participação por falta de produtos, mas não há ainda um número fechado.

Conversa com fornecedores

No primeiro momento o foco da Toyota está em retornar à produção. Mas, ciente das eventuais dificuldades da cadeia, consta no planejamento uma atenção maior aos fornecedores, admitiu Maggio:

“Sabemos que cada um será atingido de maneira diferente, outros com menos fatia, outros com mais fatia do faturamento. As conversas deverão ser individuais e deverão ocorrer mais à frente, assim que cumprirmos este objetivo de voltar a operar as linhas”.

Estão nos planos, ainda que de forma embrionária, possíveis suportes a empresas que tenham maior dependência da Toyota em seus negócios. Maggio garantiu que será dada a devida atenção no momento certo.

O presidente da Toyota do Brasil aproveitou para agradecer todas as mensagens e demonstrações de apoio que a companhia recebeu nos últimos dias: “Ficamos emocionados e agradecemos todos que mandaram mensagens. Também temos que agradecer a matriz, porque sem o apoio dela este planejamento não teria sido possível em prazo tão curto”.

Caoa Chery bate recordes em setembro

São Paulo – Em setembro dois recordes foram batidos pela Caoa Chery: com 7 mil 366 veículos comercializados e 7,5 mil produzidos, registrou o maior volume de vendas e produção em sua história. Em comunicado a empresa acrescentou que projeta quebrar ambos os recordes novamente em outubro.

Também no mês passado a fábrica de Anápolis, GO, registrou a produção do modelo 500 mil desde sua inauguração, em 2007, à época produzindo ainda apenas modelos Hyundai. Um Tiggo 7 Sport simbolizou o marco.

Segundo o diretor comercial Roberto Pedrosa “atingir o marco de 500 mil veículos produzidos e bater um novo recorde de vendas no mesmo mês é a prova concreta do que estamos construindo: uma marca nacional forte, inovadora, com produtos reconhecidos por sua qualidade e cada vez mais conectada com o consumidor brasileiro”.

De janeiro a setembro foram vendidos 49,1 mil unidades Caoa Chery no mercado, volume que a coloca como décima-primeira marca do ranking.

Eduardo Zambelli assume a diretoria de eletromobilidade da AEA

São Paulo – Eduardo Zambelli assumiu a diretoria de eletromobilidade da AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, sucedendo a Gustavo Noronha, que deixou a entidade por outros desafios profissionais. 

O engenheiro eletricista, formado pela FEI, acumula mais de vinte anos de experiência na indústria automotiva brasileira. É o gerente de assuntos governamentais da Toyota do Brasil e desenvolveu carreira na área de relações institucionais e com o governo: foi integrante de diversas associações de classes e participou de discussões com o governo por temas como Proconve, Mover, Rota 2030, Etiquetagem Veicular.

Antes, acumulou experiência em engenharia de homologação e certificação de veículos, motores e tecnologias sustentáveis.

Honda anuncia investimento de R$ 1,6 bilhão em Manaus

São Paulo – A Honda investirá R$ 1,6 bilhão em sua fábrica de motocicletas em Manaus, AM, até 2029. O anúncio foi feito pelo CEO para a América do Sul, Arata Ichinose, que acrescentou que o valor será aplicado em três vertentes: expansão da capacidade produtiva da unidade, novos modelos e otimização da estrutura.

É o maior investimento da história da Honda em sua operação fabril brasileira de motocicletas, que no ano que vem completará 50 anos. Todo o valor será custeado com recursos próprios. O último ciclo, de R$ 500 milhões, foi aplicado de 2019 a 2023.

Segundo Lourival Barros, diretor de produção, qualidade e logística da Moto Honda, a capacidade produtiva será ampliada dos atuais 1,4 milhão para 1,6 milhão de motocicletas por ano, já em 2026. Hoje a fábrica opera com 90% de sua capacidade.

“Acrescentaremos novas linhas e equipamentos de alta tecnologia, além de alterar o desenho da fábrica. Este investimento marca o início das celebrações de 50 anos da produção da Honda no Brasil.”

Em Manaus estão instaladas quatro linhas de produção de motocicletas, que produzem mais de vinte modelos. Na mais rápida delas, de onde saem modelos de grande volume como Biz e CG, uma motocicleta é produzida a cada 19 segundos. São mais de 7 mil unidades fabricadas por dia, com elevada verticalização.

Apesar de produzir muitas das peças e componentes de suas motocicletas na Amazônia, como chassis, rodas, assentos e motores, a Honda conta ainda com 120 fornecedores diretos de peças. Barros calcula que cerca de 11 mil pessoas trabalham na fábrica, das quais 8 mil 650 são da Honda – os demais são terceirizados que operam dentro da unidade.

Ele calcula que 350 pessoas serão contratadas pela Honda com a expansão de Manaus.

Mercado em crescimento

Marcos Bento, responsável pela operação de vendas de motos da Honda, disse que a expectativa é de, no ano que vem, a indústria superar a produção de 2 milhões de unidades. Nas vendas domésticas o marco será alcançado ainda em 2025.

“Não revelaremos números de projeções mas a indicação é de que o mercado seguirá em crescimento nos próximos anos, o que justifica este nosso investimento.”

A Honda domina o mercado brasileiro: de janeiro a agosto respondeu por 67% das vendas.

O que não deverá estar neste ciclo, ainda, é a eletrificação. Os executivos não confirmaram nem negaram trazer ou fazer modelos elétricos em Manaus, mas disseram que o planejamento é atender aos mercados com soluções adequadas a eles, o que, no caso do Brasil, julgam ser a flex fuel. Atualmente 65% das motocicletas produzidas na fábrica são bicombustíveis. 

Omoda 5 híbrido e Omoda 7 híbrido plug-in entram em pré-venda no Brasil

São Paulo – A Omoda Jaecoo abriu a pré-venda de mais dois modelos no Brasil, o híbrido Omoda 5 SHS-H e o híbrido plug-in Omoda 7 SHS-P, que serão lançados oficialmente em 29 de outubro. Até lá, os interessados em reservar um dos modelos devem acessar o site da Webmotors, parceira oficial da pré-venda.

Com esses dois modelos a expectativa da Omoda Jaecoo é de aumentar o seu volume de vendas e se aproximar das dez marcas mais vendidas no País.

Omoda 7 híbrido plug-in tem preço de R$ 260 mil na pré-venda

No site da Webmotors o Omoda 5 SHS-H tem preço de R$ 170 mil, enquanto o Omoda 7 SHS-P é ofertado por R$ 260 mil. Para atrair clientes a importadora tem as seguintes condições especiais durante a pré-venda: IPVA 2025 pago, um ano de seguro grátis e wallbox ou um ano de recarga gratuita na rede parceira.

Presidente Lula estará na abertura do Salão do Automóvel

São Paulo – Um dos principais incentivadores do retorno do Salão do Automóvel após interrupção de sete anos confirmou presença na cerimônia de abertura, agendada para 20 de novembro no Distrito Anhembi: o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

O convite veio das mãos de Igor Calvet, presidente executivo da Anfavea, que esteve, com representantes da entidade, em reunião com o chefe do Executivo na quarta-feira, 1º.

Em abril do ano passado, durante cerimônia de inauguração da nova sede da Anfavea, em São Paulo, Lula fez questão de pedir o retorno do evento, que, segundo ele, serve para exibir ao mundo tecnologias e produtos desenvolvidos no Brasil.

“Eu adoro o Salão, o brasileiro adora o Salão do Automóvel. Não é possível que um País do tamanho do Brasil não tenha o seu Salão do Automóvel. Ele atrai a atenção do brasileiro, de outros países. Por favor: retomem o Salão do Automóvel!”

A trigésima-primeira edição do Salão estará aberta para o público de 22 a 30 de novembro.

Stellantis e Mistral AI avançam na adoção de inteligência artificial

São Paulo – A Stellantis e a Mistral AI anunciaram a expansão de sua parceria para acelerar a integração da inteligência artificial na companhia. O plano é formar aliança estratégica que coloque a IA no centro das operações da montadora, liberando ganhos de eficiência, agilidade e valor para o cliente em larga escala. 

Nos últimos dezoito meses as empresas vêm trabalhando juntas no desenvolvimento de soluções avançadas de IA e na integração dos modelos da Mistral AI em diferentes aplicações, desde assistentes automotivos de última geração até fluxos de trabalho de negócios e engenharia baseados em inteligência artificial.

De acordo com a Stellantis as novas iniciativas serão focadas em melhorar a experiência do cliente e gerar valor, começando por vendas e pós-vendas, com expansão para engenharia e outras áreas, a fim de aumentar a eficiência em toda a empresa.

Vendas de caminhões reagem em setembro mas acumulam queda de 8%

São Paulo – O mercado de caminhões experimentou um respiro em setembro, quando foram comercializados 9 mil 579 unidades, 8,8% acima do resultado de agosto, 8 mil 805. O avanço, no entanto, não foi suficiente para amenizar a queda no acumulado do ano que, frente aos nove meses de 2024, é de 7,6%, com 81 mil 843 unidades.

Os dados, divulgados pela Fenabrave, mostram ainda que, em comparação a setembro do ano passado, quando foram comercializados 11 mil 150 caminhões, houve recuo de 14%.

Na avaliação de Marcelo Franciulli, diretor executivo da Fenabrave, este é um setor que depende do PIB, Produto Interno Bruto, que no ano passado avançou 3,4% e que, para este, é aguardada alta de 2,2%, de acordo com projeções da entidade.

Além disto as vendas de caminhões são muito sensíveis às variações macroeconômicas, o que torna as compras mais difíceis em cenário de juros na casa de 15% ao ano e maior restrição no acesso ao crédito, levando o transportador a pisar no freio: “Sem contar que setores que são importantes clientes, como a indústria de transformação e o agronegócio, não estão estimulando a renovação da frota”.

Caminho da Escola segue sustentando vendas de ônibus

Quanto às vendas de ônibus o Caminho da Escola continua ditando o ritmo do segmento no mercado: em setembro foram emplacadas 2 mil 316 unidades, acréscimo de 12,8% com relação a agosto, 2 mil 53 unidades.

Comparado ao mesmo mês de 2024, quando os emplacamentos somaram 2 mil 450, porém, houve redução de 5,5%. De janeiro a setembro foram vendidos 21 mil 238 ônibus, 8,2% acima do acumulado do ano passado, 19 mil 631 unidades.

“No começo do ano o programa impulsionou bastante o setor mas, agora, desacelerou um pouco, conforme as entregas de ônibus escolares foram sendo realizadas.” 

De acordo com Franciulli as compras de caminhões e ônibus têm sido feitas em 7% a partir de cotas de consórcio e em 93% com linhas de financiamento e leasing.

Com relação à oferta de crédito para pessoa jurídica, a economista Tereza Fernandez, responsável pelas projeções econômicas da entidade, afirmou que o volume está desacelerando em velocidade menor do que os recursos para pessoa física, mas simplesmente pelo fato de que a oferta não subiu na mesma proporção:

“Muitas empresas estão enfrentando o problema de recuperação judicial, o que também atrapalha para conseguirem crédito. O jeito é torcer para que a taxa de juros comece a cair, o que não é previsto que ocorra tão cedo”.