Venda de veículos registra o melhor mês do ano

São Paulo – Com 243,3 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus emplacados setembro igualou julho como o melhor mês do ano em vendas, de acordo com dados preliminares do Renavam obtidos pela Agência AutoData. O resultado superou em 3% o volume comercializado no mesmo mês do ano passado, 236,4 mil unidades, e representou avanço de 7,9% sobre agosto, 225,4 mil.

A média diária alcançou 11,1 mil unidades, superior às 10,6 mil de julho e às 10,7 mil registradas em agosto.

O desempenho foi puxado pelo segmento de automóveis e comerciais leves, que teve 230,5 mil licenciamentos, o melhor resultado para o ano. Avançou 8% sobre julho e 4,1% sobre setembro do ano passado, segundo a K.Lume Consultoria.

No acumulado do ano as vendas totais somaram 1,9 milhão de unidades, crescimento de 2,9% com relação às 1 milhão 858 mil unidades de janeiro a setembro de 2024.

Faturamento direto

Do total de automóveis e comerciais leves emplacados 48% foram por meio de faturamento direto, de acordo com a Bright Consulting, índice superior aos 45,8% de agosto. Assim, avançou 13% na comparação com o mês anterior, ao passo que o showroom apresentou crescimento de 3,7%.

“A retomada tem sinal de frotistas e locadoras mais ativos, sem tirar o fôlego do varejo, que também cresceu e ajudou a sustentar o total do mês”, afirmou a consultoria, em nota.

No ano o varejo soma 53,8% das vendas contra 46,2% dos faturamentos diretos.

Senado não coloca teto no Imposto Seletivo de veículos, mas Anfavea vê avanço

São Paulo – A segunda etapa da reforma tributária foi aprovada na noite da terça-feira, 30, no Senado Federal sem o teto para o Imposto Seletivo de veículos, conforme pleiteava a Anfavea. A proposta de 5% de teto para a alíquota em automóveis e comerciais leves, sobre os 28% da base do IBS e CBS, foi o único destaque apreciado pelo plenário nos debates sobre a proposta de lei complementar, mas saiu derrotada, embora tenha tido a maioria dos votos.

Foram 33 votos favoráveis de senadores e 27 contrários, mas para a aprovação eram necessários 41 votos. Segundo fontes ligadas à indústria o número não foi alcançado pelo baixo quórum na votação, uma vez que a discussão se alongou.

De toda forma, segundo uma fonte, o resultado foi encarado como uma vitória pela Anfavea, que viu boa aceitação da proposta no Senado e possibilidade de reverter a situação mais adiante. A leitura é que os senadores compreenderam as motivações do setor e concordaram em haver necessidade de se colocar uma trava para o imposto:

“A compreensão é a de que o Imposto Seletivo é um imposto regulatório, não arrecadatório. Os senadores, então, avaliam que não colocar um teto seria como entregar um cheque em branco ao governo”, afirmou uma fonte. “Mesmo o discurso do relator [Eduardo Braga, MDB-AM], que se posicionou e encaminhou a votação contrária à aprovação do destaque, não foi contra os argumentos da Anfavea”.

Outra palavra muito dita na sessão foi previsibilidade, que seria necessária para a indústria. 

Próximos passos

Muitos senadores falaram a respeito de questões técnicas, como a necessidade de se regulamentar o Imposto Seletivo por meio de lei ordinária. A expectativa é a de que o governo encaminhe, ainda em outubro, o seu projeto de lei ordinária, e a partir dele sejam iniciadas as discussões no Congresso.

O fato de o governo não ter tentado barrar o teto de 2% de Imposto Seletivo para bebidas açucaradas, que foi aprovado pelo Senado – estava no texto original do relator e não foi destacado – também deixa a Anfavea otimista de que há espaço para negociação.

À reportagem fonte ligada à indústria afirmou que o governo está receptivo aos pleitos do setor e canal de conversa está aberto, inclusive para a possibilidade de inclusão no projeto de lei ordinária. Em todo caso, paralelamente, seguirão os trabalhos de conversa com congressistas, a fim de que o teto seja estabelecido de alguma forma.

Na semana passada o presidente executivo da Anfavea, Igor Calvet, disse temer que os veículos tenham alíquotas elevadas após a aprovação da reforma tributária: “A informação que chegou a nós é a de um imposto seletivo base de 10%, ao qual seriam aplicados os bônus e malus. Nossa proposta é 5% de teto”.

Como adiantou Uallace Moreira Lima, secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, em entrevista a AutoData, o IPI Verde seria a base do Imposto Seletivo. Assim, ao veículo leve seria aplicado os IBS e CBS, dois novos impostos criados com a reforma, na faixa dos 28%, a tarifa-base de 10% do IS e mais os bônus e malus que foram estabelecidos com o IPI Verde. Um veículo a diesel poderia ter mais de 50% de imposto, por exemplo.

Volkswagen lança programa de trainee dedicado a pessoas negras

São Paulo – A Volkswagen lançou programa de trainee dedicado a pessoas negras. Com quinze vagas abertas as inscrições se encerram em 29 de outubro. O objetivo da iniciativa, “que faz parte do compromisso da montadora com a diversidade e inclusão”, é oferecer aos participantes experiências práticas e estruturadas, que vão de treinamentos técnicos e de negócios até mentorias com profissionais experientes.

Podem participar pessoas que identifiquem-se como pretos ou pardos e tenham concluído, ou estão prestes a finalizar, graduação universitária de 2021 a 2025. É necessário inglês a partir do nível intermediário e ter disponibilidade para trabalhar nas unidades de São Bernardo do Campo, Taubaté, São Carlos, SP, e São José dos Pinhais, PR. 

Interessados no Programa de Trainee Potências Volkswagen 2026 devem realizar a inscrição pelo site www.ciadetalentos.com.br/traineevolkswagen2026 . O processo inclui inscrição, testes online, etapas avaliativas, entrevistas e dinâmicas, com início previsto em fevereiro de 2026.

Leonardo Piccinini assume presidência do Banco Mercedes-Benz na América Latina

São Paulo – Leonardo Piccinini foi indicado presidente do Banco Mercedes-Benz na América Latina. O executivo já presidia a subsidiária brasileira desde 2024 e, agora, acumula o novo cargo que engloba as operações na Argentina e também faz parte do do Comitê Executivo global da Daimler Truck Financial Services.

Ele foi o primeiro brasileiro a sentar na cadeira de presidente do Banco Mercedes-Benz no Brasil e também é o primeiro a assumir o posto na América Latina.

Piccinini começou sua carreira na empresa em 1994, como estagiário, e já trabalhou em diversas áreas nos Estados Unidos, Argentina, Índia e Alemanha. Sua formação é de economista pela PUC SP, com pós-graduação em mercado de capitais pela USP.

Raytec investe R$ 20 milhões em nova fábrica para atender a Renault

São Paulo – As demandas de transformação veicular da Renault serão atendidas em um novo espaço: a Raytec investiu R$ 20 milhões para construir uma nova fábrica em São José dos Pinhais, PR, em terreno próximo ao Complexo Ayrton Senna, para receber os veículos da marca francesa. Toda a obra demorou noventa dias, segundo o diretor comercial da Raytec, Édson Oliveira.

A decisão de instalar a unidade ao lado da Renault foi incentivada pelo governo do Paraná e pela Prefeitura da cidade, que concedeu incentivos fiscais à Raytec. A transformadora viu uma oportunidade de reduzir os seus custos e elevar a competitividade: “Com esta proximidade conseguimos otimizar os custos logísticos, ser mais competitivo na comparação com a concorrência e reduzir o prazo de entrega. É um bom negócio para os dois lados”.

Passarão pela nova fábrica unidades dos utilitários Master e Kangoo, seguindo as demandas do mercado, como vendas para governos e por meio das concessionárias. No ano que vem a Renault passará a oferecer o Kwid Cargo, uma versão utilitário do compacto, segundo o diretor, que disse que entrará em transformação a partir de fevereiro – a Renault não confirmou o lançamento.

Mercado promissor

Oliveira disse que anualmente o governo lança editais que envolvem de 80 mil a 90 mil veículos que precisarão de algum tipo de transformação e devem ser entregues no prazo de até um ano, por causa dos preços que foram fechados:

“É um mercado bem grande de vendas para o governo e, além disto, tem as demandas que vem da rede de concessionárias. No caso da Renault ela ofertará em suas lojas algumas opções de produtos já preparados, como o Kwid Cargo, que deverá ser vendido no Brasil e na América Latina, como uma alternativa para entregas urbanas, além de opções da Master e do Kangoo”, disse, acrescentando que a nova aposta da Renault envolve cerca de 8 mil carros por ano no Brasil que serão transformados e entregues para a rede de concessionárias comercializar.

Édson Oliveira, diretor comercial do Grupo Raytec

A nova fábrica tem capacidade para transformar até 1,1 mil veículos por mês, volume que será atingido a partir de novembro, uma vez que em outubro, primeiro mês completo de operação da fábrica, que tem seis linhas de produção, a expectativa é de transformar seiscentas unidades. Os trabalhos começam em um turno, mas se houver demanda no futuro este ritmo poderá ser ampliado.

Com a nova unidade e os negócios fechados com a Renault a Raytec projeta crescimento de 45% sobre 2024. A fábrica em São José dos Pinhais também posiciona a empresa como a única do seu segmento a oferecer uma pista de teste para avaliar a vedação e a vibração do veículo após as transformações. 

Com mais de dez anos de mercado a Raytec tem mais quatro fábricas no País: três na Bahia e uma no Espírito Santo, além do seu centro de pesquisa, engenharia e treinamento instalado em Boituva, SP.

Volare entrega lote de micro-ônibus para a Martinele

São Paulo – A Volare vendeu seis micro-ônibus para a Martinele, empresa de transportes e locações com sede em Serra, ES. O lote entregue é formado por quatro unidades do Fly 12 e duas do Fly 10, todas na configuração para fretamento, e a negociação foi fechada pelo concessionário Drosdsky. 

O Volare Fly 12 tem capacidade para transportar 45 passageiros e o Fly 10 leva até 37. O primeiro é equipado com motor de 213 cv de potência e o segundo tem motor de 162 cv, ambos com câmbio manual de seis marchas.

Sindicatos negociam acordos com fornecedores da Toyota

São Paulo – Assim que aprovaram acordo de férias coletivas de vinte dias seguido de layoff que pode se estender de sessenta a 150 dias, o que foi chamado pela Toyota de plano emergencial, os sindicatos dos metalúrgicos que abrangem as cidades em que a montadora produz, Porto Feliz, Sorocaba e Indaiatuba, SP, estão estendendo a negociação à cadeia de autopeças.

Da base do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região estão sendo discutidas propostas com empresas como Kanjiko, que emprega oitocentos trabalhadores, a Gestamp, com 270, e a TT Steel, com sessenta. Ao longo desta semana será realizada a consulta com os trabalhadores e o objetivo é firmar acordos individuais.

No Sindicato dos Metalúrgicos de Itu e Região, que abrange Porto Feliz, onde está a fábrica de motores atingida pelas fortes chuvas da semana passada – que, como resultado, paralisou a produção da Toyota no Brasil até o início do ano que vem, possivelmente até fevereiro –, também estão sendo costuradas negociações.

De acordo com o presidente da entidade, Manoel Neres, todas as sistemistas da base sindical estão sendo acionadas, a exemplo da GKTB do Brasil. 

“Estamos negociando praticamente o mesmo acordo da Toyota. É claro que nas autopeças a questão da integralidade do pagamento dos salários fica um pouco diferente, uma vez que elas têm condições distintas, mas o restante fica igual: férias seguidas de layoff. Acredito que seja o suficiente para que a empresa já esteja recuperada e retomando sua produção.”

Para os funcionários da Toyota os três sindicatos aprovaram acordo que garante estabilidade no emprego, manutenção integral dos salários líquidos para quem recebe até R$ 10 mil, vale-alimentação, convênio médico e pagamento integral da PLR, participação nos lucros e resultados.

No Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, que inclui Indaiatuba, o presidente Jair Santos disse que ainda não foram procurados por fornecedores e que aguardam o levantamento dos impactos para discutir possibilidades com as empresas.

Em paralelo a montadora informou que está “ trabalhando para minimizar os impactos em toda a cadeia e a seus clientes”. A companhia busca restabelecer, “no menor prazo possível”, as atividades de produção de veículos em Indaiatuba e Sorocaba, de onde saem os modelos Corolla, Corolla Cross e Yaris.

Dentre as ações estão a busca por alternativas de fornecimento de motores junto a unidades da empresa em outros países, a exemplo da Tailândia, e a possibilidade de discutir com clientes que reúnam condições de fundirem o cabeçote de motor e fazer o serviço de usinagem para agilizar a retomada de uma linha de montagem.

Inadimplência em financiamentos de veículos segue em alta

São Paulo – Os atrasos superiores a noventa dias nos pagamentos de financiamentos de veículos 0 KM representaram 5,4% dos contratos em julho, segundo levantamento do Banco Central do Brasil, que divulgou na segunda-feira, 29, a nota de Estatísticas Monetárias e de Crédito.

É o maior patamar para a inadimplência desde novembro de 2023. Neste ano o índice subiu 1,2 ponto porcentual e, comparado com doze meses atrás, o avanço foi de 0,8 ponto porcentual.

Os juros aplicados em veículos 0 KM, por sua vez, mantiveram-se em 27,3% ao ano, mesmo índice alcançado em junho. As taxas não têm acompanhado a curva da inadimplência e já foram maiores, somando 29,5% em janeiro.

Comparado com o fim do ano passado os juros recuaram 0,2 ponto porcentual. Já com relação a julho de 2024 houve avanço de 1,8 ponto porcentual.

Especial GWM: Uma forma diferente de vender e de se relacionar.

O plano comercial da Great Wall Motor reflete a modernidade do slogan de sua apresentação no País: Hello Tomorrow, acrescentando a este “alô ao amanhã” a mensagem “adeus promessas, olá novas atitudes”. Assim a empresa de origem chinesa comunicou sua chegada ao País, não só com produtos de qualidade mas, também, com um jeito diferenciado de lidar com o consumidor. Mesmo fazendo parte de uma narrativa de marketing se autoafirmar como uma autotech, e não apenas mais uma como montadora de veículos, esta imagem combina mais com a proposta que trouxe ao País.

Antes mesmo de colocar à venda seu primeiro veículo passaram-se meses ao longo de 2022 em estudos e preparação tanto da equipe comercial quanto para elaborar um plano de negócios para o Brasil. Uma dentre várias preocupações naquele momento, em 2023, quando as vendas firam finalmente iniciadas, era descolar a imagem de uma chinesa qualquer e construir uma identidade própria, como observa Diego Fernandes, COO da GWM no Brasil: “Não apenas automóveis mas outros produtos chineses tinham um histórico no imaginário do consumidor de que não havia tanta preocupação com a qualidade”.

Esta preocupação tem fundamento por causa da percepção negativa do consumidor, que ainda desconhecia a história e a evolução de muitos produtos chineses, mas especialmente porque a GWM era uma novidade. A fabricante chinesa foi forjada tendo como referência a Toyota, líder mundial em vendas e tradicionalíssima quando o assunto é qualidade. Lustrar esta imagem com esta inspiração e, principalmente, entregar isto ao consumidor é questão de ordem na GWM na China, e também no Brasil.

NOVIDADE DO PRODUTO À REDE

Esta reportagem foi publicada na edição 425 da revista AutoData, de Setembro de 2025. Para ler ela completa clique aqui.

Foto: Divulgação/GWM

JLR busca financiamento após ter produção paralisada por ataque cibernético

São Paulo – Após o ataque cibernético que paralisou a produção da JLR no Reino Unido, Brasil, Eslováquia e Índia ao longo do mês, além de afetar a área administrativa, a companhia busca empréstimo de US$ 2,7 bilhões no mercado financeiro global para aliviar os impactos. Segundo a agência Bloomberg algumas instituições financeiras sinalizaram que concederão o financiamento, com prazo de dezoito meses para pagamento.

O governo do Reino Unido anunciou que oferecerá mais US$ 2 bilhões em financiamento à empresa, que deverão se somar aos recursos do mercado financeiro.

Na segunda-feira, 29, a montadora informou que retomará sua produção nos próximos dias. Ela busca acertar uma série de pagamentos atrasados com seus fornecedores, pois o financeiro da empresa também estava paralisado após o ataque. Após resolver os pagamentos a JLR voltará a receber novas peças para abastecer suas linhas de produção em todo o mundo.