Desde que iniciou suas atividades injetando componentes plásticos, na década de 80, a Sulbras foi conduzida por alguns preceitos inegociáveis. O principal deles foi a busca de soluções para o fornecimento de peças técnicas, que continham requisitos construtivos que ultrapassavam os dotes funcionais e visuais.
Se havia alguma peça mais complexa para suprir a demanda de algum cliente, era aquela mesma que entraria na produção da Sulbras. Tanto que a companhia nasceu já com uma linha diversificada de peças injetadas, como mecanismos para motosserras, itens que eram usados por motocicletas e outras para microcomputadores. O fio condutor desse início? A complexidade e a precisão de cada componente.
Outra regra óbvia, desde o início, foi o empreendedorismo dos fundadores, que, com apenas 4 anos de empresa, resolveram aportar um volume maior de capital para desenvolver a ferramentaria da empresa e começar a fornecer moldes de produção – e não apenas as peças já injetadas.
A Sulbras é dona de uma história rica e permeada por décadas de êxito e crescimento. Atualmente, o segmento automotivo é importante parte dos negócios da Sulbras, que produz moldes e peças e componentes de para-choques, para-lamas, mecanismos de portas e vidros, interior do veículo, painel de instrumentos, bancos, painel de portas, componentes de bombas de combustível, de sistemas de ignição, de filtragem de ar de admissão do motor, peças e componentes de ar-condicionado, peças rotativas de sistemas de cooling… A lista é longa.
O primeiro cliente automotivo foi a General Motors, em 1994. Hoje a empresa fornece para a própria GM, além de Robert Bosch, Brose, Mundial Syllent, Marcopolo, Nidec Global Aplliance, Stellantis, Jeep, Toyota Boshoku, NAL do Brasil, TS Tech, Flex, HP, Epson, Tiberina, Mann Hummel, Forvia, SMRC (Motherson), Valeo, Docol, Maxiclima, Petersime, Visteon, Midea, Stihl, Itaesbra, Denso, Continental, SEG, Nidec Mobility, NCR, Continental, TPS, DTS, Sinalsul, Keko, Ipos, Cebi, Whirlpool, Apolo, dentre outros tantos gigantes do automotivo e de diversos segmentos. “Parece lugar comum, mas eu garanto que, aqui, a busca por qualidade sempre foi vista de modo holístico. Não à toa que conquistamos clientes tão relevantes e de setores tão diferentes”, explica Leocadio Antonio Nonemacher, Diretor Geral da Sulbras, referindo-se aos contratos de fornecimento para fabricantes de linha branca, informática, máquinas do setor bancário até filtros de piscinas.
Com um quê de vanguarda tecnológica para sustentar os altos padrões de qualidade, a empresa desenvolveu metodologias específicas de produção, como a injeção coassistida com gás, injeção de materiais de alta performance, a bi-injeção e a fabricação também de peças híbridas (metal e plástico). Sua linha traz robôs de 3 eixos desde os anos 90 e, atualmente, conta com robôs de 6 eixos na parte de injeção, além de montagens em células sincronizadas, sensoriamento da injeção, sistemas de visão e outras tecnologias de ponta. Há sistemas de metrologia que adotam máquinas CNC de medição bi/tridimensional, além de montagens em linha ou células sincronizadas, hot-stamping e solda por ultra-som. Já a ferramentaria adota máquinas de construção com 5 eixos, CNC portal e eletroerosão de altíssima precisão.
Para o futuro, virá a fabricação de peças de grande porte com máquinas acima de 1.500 ton (mono e multimaterial) e a tecnologia high-gloss (alto-brilho). Além disso, a empresa acredita na maior seletividade de uso do plástico, bem como na recuperação de materiais pós consumo (PCR ou PCI). Com a mesma veia irrequieta de 40 anos atrás, os técnicos já realizam pesquisas para estabelecer propriedades mais robustas aos materiais plásticos, tais como aditivações para melhorar propriedades mecânicas de impacto, flexão e alongamento. “Esperamos desenvolver componentes mais leves e amigáveis ao meio-ambiente. Também haverá variações de design significativas, onde o plástico injetado especializado estará cada vez mais presente, desde componentes para motorização (seja elétrica ou híbrida), como para carroceria e habitáculo do veículo”, prevê Leocadio Antonio Nonemacher.