São Paulo – Quase um ano após sua publicação o Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação, ainda aguarda diversas portarias e decretos para a sua regulamentação. Esta demora começa a incomodar as matrizes das montadoras que aprovaram mais de R$ 130 bilhões em investimentos na indústria automotiva, segundo cálculos da Anfavea, que passaram a cobrar a definição das regras para garantir a prometida previsibilidade da política industrial.
Foi o que afirmou Igor Calvet, diretor executivo da Anfavea, em sua participação no Seminário Brasil Elétrico 2024, organizado pela AutoData Editora. Ele disse que a entidade mantém diálogo com o governo, que promete para novembro uma “bateria de atos publicados” que trarão a tão aguardada previsibilidade.
“Estamos na expectativa da regulamentação, restam ainda definir itens importantes como as metas de eficiência energética, os critérios para as tecnologias de direção assistida, a reciclabilidade, a etiquetagem e o IPI verde, por exemplo. As matrizes estão cobrando porque o Mover é um programa importante, muito bem vindo, atraiu investimentos mas ainda precisa de definições. Até porque o mundo lá fora vem se movendo rapidamente.”
Calvet apresentou no Brasil Elétrico 2024 o estudo que a Anfavea fez em parceria com o BCG, Boston Consulting Group, que aponta caminhos e cenários para a descarbonização do transporte brasileiro. Em um cenário mais otimista, com todos os atores fazendo a sua parte e misturando eletrificação com biocombustíveis, seria possível reduzir a emissão de CO2 do transporte em mais de 280 milhões de toneladas até 2040, mesmo com o crescimento da frota.
“Seria uma redução de 13%. Não podemos, como setor, nos furtar a fazer a nossa parte mas precisamos combinar esforços, com outros setores, com o governo, para descarbonizar o transporte.”