São Paulo – Pesando dez quilos menos, resultado de uma dieta diária formada por três tigelas de arroz, Carlos Ghosn, ex-presidente da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi que está detido no Japão desde novembro, dará sua versão dos fatos sobre o caso de sonegação e fraude na terça-feira, 8.
Segundo seu filho, Anthony Ghosn, o executivo se negou a confessar os crimes pelos quais está sendo investigado no país – condição imposta pelas autoridades japonesas para que ele deixasse a prisão. Em entrevista a agências internacionais, Anthony disse que o pai “combaterá vigorosamente as acusações”.
As investigações no Japão seguem três linhas distintas contra o executivo sobre supostas irregularidades financeiras durante seu mandato como chefe da Nissan. Suspeitam que tramou com seu braço direito, Greg Kelly, esconder cerca de metade de sua renda de US$ 44 milhões em cinco anos fiscais a partir de 2010.
O filho informou que Ghosn aparecerá diante do juiz algemado e vestindo roupas fornecidas pela penitenciária. O tempo que terá disponível para depoimento será de dez minutos. Será a primeira vez que o executivo se pronunciará sobre o caso desde que foi detido.
O cenário obscuro no âmbito executivo da Aliança constrasta com o desempenho positivo do seu braço mais forte, o Grupo Renault, que registrou em 2018 melhor resultado de vendas desde 2010, informou a companhia por meio de comunicado em 2 de janeiro. As vendas de automóveis e comerciais leves do grupo aumentaram 2,4% em 2018, na França, chegando a 689 mil 788 unidades.
No Brasil, cenário de crescimento. No ano passado, Luiz Fernando Pedrucci, presidente da Renault para a América Latina, afirmou que a aliança vivia seu melhor momento com as sinergias em compras e engenharia “a todo vapor”.
Ainda que o caso esteja em curso, lideranças da Aliança garantem que a prisão de Ghosn não afetou as operações, tampouco sua existência – na segunda-feira,7, Hiroto Saikawa, presidente da Nissan, garantiu que a Aliança segue seu curso no mercado.
Foto: Divulgação.
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