Há não muito tempo, ou há bem pouco tempo historicamente falando, uma palavra de construção gramatical pouco interessante e foneticamente terrível foi martelada a todo custo e força de forma incessante pela esmagadora maioria dos executivos do setor automotivo brasileiro: previsibilidade. A tal da previsibilidade era o argumento central de defesa para a colocação em prática do Rota 2030, política setorial automotiva.
Definindo temas e prazos para as regulamentações veiculares nos então próximos quinze anos, a indústria elevaria sua competitividade e batalharia em pé de igualdade com outros mercados globais, inserindo-nos como real combatente e competidor mundial. Mostraríamos aos outros como somos sérios, planejados e tecnologicamente parelhos, produzindo veículos mais seguros e eficientes
A aprovação do Rota 2030 e sua entrada em vigor, desnecessário lembrar, moveu montanhas e esforços por mais de dois anos, a ponto de ocupar praticamente todo o mandato de Antonio Megale à frente da Anfavea como pauta quase única. E de tanto se reunir e se reunir e se reunir e falar e argumentar e discutir com presidentes da República, ministros,
Para surpresa geral, porém, dada a pandemia da covid-19, ainda que, é preciso reconhecer, trate-se de fator novo, absolutamente inesperado e de efeito potencialmente devastador, uma das primeiras ações públicas de executivos do setor automotivo foi propor adiamento dos prazos estabelecidos para entrada em vigor das regulamentações do setor, abarcando não só aquelas do Rota 2030 como também as normas de emissão veiculares como Euro 6.
Reportagem publicada na edição 367 da revista AutoData. Para ler o conteúdo na íntegra clique aqui.
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