Região do ABC enfrenta dificuldades para manter relevância e seu nome no mapa da indústria automotiva nacional
Exte texto foi publicado na edição 389 da revista AutoData, de junho de 2021.
Berço da indústria automotiva nacional que há mais de setenta anos começou a concentrar, ali, suas atividades de produção de veículos e de autopeças, o ABC paulista vive acelerado processo de desindustrialização, está perdendo os filhos que nasceram no primeiro polo automotivo do País – e junto com eles parte importante de sua renda e história. O fechamento de fábricas e êxodo de empresas, nas últimas décadas, vêm reduzindo o tamanho do que ainda é a maior atividade econômica industrial do ABC, empobrecendo o PIB das sete cidades que compõem a região.
Os últimos e mais simbólicos capítulos dessa história de perdas foram escritos de 2019 para cá, primeiro com o encerramento das atividades da Ford em São Bernardo do Campo – a fábrica que funcionou no bairro do Taboão por 65 anos, comprada da Willys pela Ford em 1967, foi demolida e está sendo transformada em centro logístico pela Construtora São José – e mais recentemente com o anúncio de fechamento da planta da Toyota na mesma cidade, onde inaugurou sua primeira unidade industrial fora do Japão, em 1962.
As duas ocorrências, no entanto, são apenas a ponta de um iceberg, pois muitas outras empresas do setor automotivo fecharam as portas no ABC nesse processo incontido de derretimento industrial da região. Estudos apontam para a perda de fontes geradoras de receitas, encolhimento do emprego e ociosidade de galpões.