São Paulo – A guerra na Ucrânia trouxe série de desdobramentos com impactos sem precedentes sobre diversos setores da economia, como o automotivo. A Toyota, que possui fábrica em São Petersburgo e desde março suspendeu as importações e a produção local, avisou que fechará a unidade e que não é descartada sua venda.
De acordo com informações do Automotive News Europe a empresa informou, na sexta-feira, 23, que ao longo dos últimos seis meses manteve a fábrica para que ela pudesse voltar a produzir a qualquer momento, caso as circunstâncias permitissem, mas a escassez de componentes e de matérias-primas essenciais à atividade persiste e não há sinais de que a situação seja revertida.
A fábrica tem capacidade de produção para 100 mil veículos por ano, e as unidades do Camry e do RAV4 tanto abasteciam o mercado local como eram exportados para Armênia, Bielorrússia e Cazaquistão. O SUV, inclusive, chegou a ser o décimo-primeiro modelo mais vendido na Rússia no ano passado, conforme dados da AEB, comitê que congrega os fabricantes de automóveis no país.
Segundo a AEB o mercado total da Toyota despencou 62%, para 41,7 mil unidades. No mês passado foram vendidos apenas 221 veículos, 97% a menos do que um ano atrás.
A fábrica, que abriu as portas em 2007, após investimento de 680 milhões de euro emprega hoje 1,9 mil funcionários, que poderão ser demitidos. Outros 450 estão em Moscou para supervisionar operações de marketing, vendas e finanças, e deverão continuar empregados para lidar com questões de importação e reposição de peças.
A Toyota disse que manterá uma organização reestruturada na Rússia para fornecer serviços aos clientes Toyota e Lexus. Mas caso a planta de São Petersburgo seja vendida não serão produzidas versões do Camry nem do RAV4.