O Brasil tentará incluir os caminhões no acordo automotivo com o México, que hoje contempla apenas automóveis e comerciais leves. A informação foi revelada pelo presidente da Anfavea, Luiz Moan, durante evento de divulgação dos resultados da indústria na quinta-feira, 6, em São Paulo.
De acordo com o dirigente comitiva da Anfavea se reunirá com representantes da indústria automotiva mexicana na semana que vem para tratar da renovação do acordo que vence em março de 2015 e, assim, evitar um impacto nos números de exportações nacionais no ano que vem. Os encontros acontecerão com a Amia e a Anpact, associação que congrega apenas as fabricantes de caminhões e ônibus mexicanas – diferentemente do Brasil, onde as fabricantes de veículos leves e pesados estão reunidas sob um mesmo chapéu.
O Brasil já tentou acrescentar caminhões quando da renegociação do acordo automotivo com o México, há três anos, que deu origem às cotas no comércio bilateral. Mas na ocasião divergências quanto às normas de emissão impossibilitaram a inclusão destes veículos no comércio bilateral, vez que lá se utiliza a referência estadunidense e aqui a europeia.
O objetivo da Anfavea em correr com as negociações é evitar um impacto ainda maior nos números nacionais de comércio exterior automotivo. De acordo com os dados da associação no acumulado de 2014 até outubro os embarques em valor acumulam queda de 30%, para US$ 9 bilhões 848 milhões. Há um ano este montante já atingira US$ 14 bilhões.
Em outubro leve alento ante os números de setembro, com US$ 923,4 milhões, em alta de 1%, porém baixa de representativos 42,3% ante o US$ 1,6 bilhão de outubro de 2013.
O índice anualizado, relativo ao período de setembro de 2013 a outubro de 2014, aponta US$ 12,3 bilhões em embarques. O volume está bem distante da projeção da Anfavea para o ano, de US$ 14 bilhões, o que representaria retração de 15,7%. Moan reconheceu que a projeção dificilmente será alcançada, apesar da escolha da associação em não revisar os índices: “Preferimos não mexer nos números todo mês, mas o viés é de baixa perante a previsão”.
Em volumes a queda no ano é ainda maior, de 40,4%, com quase 285 mil unidades embarcadas rumo ao Exterior de janeiro a outubro ante 477,7 mil um ano atrás. Em outubro, isoladamente, foram 23,5 mil unidades, queda de impressionantes 54,6% ante mesmo mês de 2013 e de quase 10% no comparativo com setembro.
Segundo Moan a razão principal para estes índices é a retração das encomendas da Argentina, disparado o maior clientes dos veículos nacionais. Ele salientou, entretanto, a discreta melhora na média do período de julho a outubro ante a do primeiro semestre, de 2,4%, de 28,2 mil unidades ao mês para 28,9 mil.
Notícias Relacionadas
Últimas notícias